Paulo de Tarso Lyra - Correio Braziliense
Enquanto a presidente Dilma Rousseff quebra a cabeça para formar a nova equipe ministerial, os articuladores políticos do Planalto sofrem para tentar convencer o PMDB da Câmara a desistir de aprovar projetos que vão deteriorar ainda mais as contas públicas. As matérias, se aprovadas, causariam um rombo de R$ 67 bilhões no Orçamento.
Um dia depois de ser chamado para uma conversa com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-AL), reuniu-se com Ricardo Berzoini, ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Berzoini tenta aproveitar-se do bom relacionamento que tem com o PMDB, sobretudo com o vice-presidente Michel Temer, para tentar pacificar a situação. Quando assumiu a pasta, em fevereiro deste ano, Berzoini convidou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) — que comandou um bloco rebelde na Casa — para uma conversa no Planalto.
O clima entre o PMDB da Câmara e o Planalto desanuviou um pouco, mas a encrenca voltou redobrada durante as eleições. Cunha apoiou abertamente o tucano Aécio Neves e ajudou a financiar a campanha de peemedebistas em todo o Brasil para se cacifar à eleição para a presidência da Casa, em fevereiro do ano que vem. Já Henrique Eduardo Alves, que volta à Câmara derrotado na disputa pelo governo potiguar, queixa-se que perdeu porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez campanha para o vencedor, Robinson Faria (PSD).
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