- Folha de S. Paulo
Talvez um pouquinho tarde, talvez um pouco midiático, mas não dá para negar que o governo Dilma se mobilizou, de corpo e alma, para combater o mosquito da zika ""o mesmo da dengue, que já exigia mobilização semelhante.
Talvez por causa da Olimpíada, talvez para desviar o foco da crise política, mas pela primeira vez vi o governo Dilma realmente empenhado em torno de um mesmo objetivo. Operando com um sentido de urgência que o caso demanda.
Esforço semelhante, mas não idêntico, aconteceu quando o governo montou um perfeito esquema de segurança na Copa do Mundo. Pena que durou apenas o período do torneio. Depois, a insegurança voltou a reinar após as seleções de futebol irem embora do país.
A expectativa é que, diante da seriedade da crise do vírus da zika, a mobilização geral de hoje, digna de elogios, não dure só até os Jogos Olímpicos. Mantenha-se até o Brasil ganhar a batalha contra o mosquito.
Por sinal, tem outra zica por aí, da crise econômica mundial, virando uma ameaça real contra o país, a demandar empenho idêntico ao de agora para salvar-nos da recessão.
Só que, até agora, ela ainda não despertou no governo o mesmo sentido de urgência da zika. Aí, é bom reconhecer, o Palácio do Planalto não está sozinho. O Congresso tem exercido um papel bem pior.
O nó da crise econômica é que não há uma receita única para combater o inimigo comum, como o mosquito. Enquanto o caos total não se faz presente, diferentes ideias são lançadas para tirar o país do atoleiro.
Nelson Barbosa tenta se equilibrar numa equação criticada e de risco, mas que pode dar certo. A de compensar um ajuste fiscal frouxo hoje com reformas da Previdência e fiscal no médio e longo prazos.
O maior risco é ficarmos com a frouxidão fiscal e sem as necessárias reformas estruturais diante da falta de apoio do governo no Congresso. Aí, será uma zica danada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário