sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Bernardo Mello Franco – Brigando com as pesquisas

O Globo

Ao questionar credibilidade de institutos, presidente e aliados seguem mesma estratégia golpista

Aconteceu em Ariranha, município de 9 mil habitantes no interior de São Paulo. Um pesquisador do Datafolha entrevistava um morador local quando foi abordado aos gritos pelo bolsonarista Rafael Bianchini: “Vagabundo!”. “Só pega Lula!”.

Não satisfeito com os insultos, o eleitor do capitão atacou o profissional a socos e pontapés. Ele ainda saiu para buscar um facão, mas foi contido pelo filho antes de usá-lo.

A agressão não foi caso isolado. Bolsonaristas têm assediado e hostilizado pesquisadores em diversas regiões do país. Na semana passada, o Datafolha chegou a registrar dez ocorrências num único dia.

Em meio à escalada da violência, o presidente e seus aliados incitam o ódio contra os institutos. Ontem o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez uma ameaça velada a empresas que medem intenções de voto. “Urge estabelecer medidas legais que punam os institutos que erram demasiado ou intencionalmente para prejudicar qualquer candidatura”, tuitou.

Na segunda-feira, o ministro Fábio Faria fez uma ameaça mais explícita ao Ipec. “No dia 2 de outubro a população vai cobrar o fechamento desse instituto”, escreveu. Por descuido ou afobação, ele contestou a pesquisa 42 minutos antes de os números serem divulgados.

Os bolsonaristas não jogam palavras ao vento. As declarações fazem parte de uma campanha para minar a confiança nas pesquisas. A ofensiva é liderada pelo presidente-candidato, que alega ser vítima de um complô dos institutos e da mídia.

Os ataques obedecem a uma estratégia golpista. Bolsonaro contesta as enquetes para depois contestar o resultado das urnas. Ele precisa convencer sua tropa de que está ganhando — mesmo que os números indiquem o contrário desde o início da corrida presidencial.

Os institutos de pesquisa usam metodologias diferentes e não estão imunes a erros, como já se viu em outras eleições. Mas é possível dividi-los em duas categorias básicas: a dos sérios e a dos picaretas.

No segundo grupo, estão empresas que escondem seus financiadores ou que recebem dinheiro público em contratos sem transparência. Até aqui, essas são as únicas que mostram números positivos para o capitão.

6 comentários:

Anônimo disse...

Conclusão: broxonaro mente sempre!

Anônimo disse...

Lula tem quase metade dos votos e Bolsonaro tem cerca de 1/3 dos votos. Como a rejeição a Bolsonaro é gigantesca e tem se ampliado, os bolsonaristas entraram no modo DESESPERO, agredindo até trabalhadores das instituições de pesquisa eleitoral, além das próprias empresas! A maldade e a violência bolsonaristas não têm limites! Cadeia pro GENOCIDA!

Anônimo disse...

Os fanáticos da seita do bom ladrão quando perceberem que tudo isso são narrativas criadas para iludir o eleitor incauto
Na hora que abrir as urnas vocês vão ter um choque de realidade
Lula ladrão seu lugar é na prisão!
Pode Jair se acostumando

Anônimo disse...

Pode JAIR pra cadeia. TÁ CHEGANDO!

Anônimo disse...

Entre o bom ladrão e o mau GENOCIDA, alguma dúvida? A maior dúvida é quantos anos de cadeia o miliciano mentiroso vai pegar...

ADEMAR AMANCIO disse...

A que ponto chegamos!