Líder do partido no Senado, Agripino conduz legenda com missão de garantir sobrevivência
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA - Presidente do Democratas e líder no Senado, José Agripino Maia (RN), conduz o partido na missão de garantir a sobrevivência. Fundador do ex-PFL, Maia diz que há espaço ideológico para o DEM na política: a centro-direita.
Como o senhor vê a redução do partido, que já foi o maior do país?
JOSÉ AGRIPINO: A situação de hoje é uma coisa, a perspectiva de futuro é outra. Hoje, o Democratas é um partido depurado. É um partido que perdeu nomes, mas manteve sua essência. Hoje o DEM é menor, mas se fala mais de nós do que de vários partidos com mais deputados que nós.
E o capital eleitoral?
AGRIPINO: Tivemos lideranças que perderam as eleições, mas não o capital político. Marco Maciel, Heráclito Fortes, José Carlos Aleluia continuam atuando. Todos eles ainda mantêm sua força e sua respeitabilidade.
Muitos parlamentares falam que caso a eleição deste ano for ruim, a fusão é inevitável.
AGRIPINO: Falar em fusão agora é uma piada de mau gosto. Por que devemos prever um mau resultado quando a perspectiva é positiva? Nós lideramos as pesquisas em Aracaju, Salvador, Macapá, Mossoró, Feira de Santana... Nós temos todas as condições de sair dessas eleições maiores do que entramos.
O fato de ter ficado os últimos nove anos na oposição, depois de décadas como governo, foi decisivo para a redução da legenda?
AGRIPINO: Não posso negar que o êxito das políticas públicas do governo Lula tenha impedido a reeleição de muitos dos nossos.
Ainda há espaço ideológico para o partido?
AGRIPINO: Nosso papel na política brasileira é especial. O espaço que nos está reservado é o da centro-direita, com ideias liberais. Este é um país que está ficando menos competitivo a cada dia. Esse tamanho do Estado brasileiro, a enorme carga tributária e o aumento do gasto público são inviáveis no longo prazo. E nós temos de cumprir o papel de denunciar esses fatos.
FONTE: O GLOBO
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