Prefeito do Rio reservou ações de impacto para vésperas do evento
Peemedebista fecha hoje o aterro de lixo de Gramacho e, na quarta, inaugura corredor exclusivo de ônibus
Italo Nogueira
RIO - O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), tem dito não querer protagonismo durante a conferência ambiental Rio+20, mas reservou medidas de impacto para a semana que antecede o início da programação do evento
Pré-candidato à reeleição, ele inaugura na quarta o primeiro dos quatro corredores exclusivos de ônibus (BRTs) planejados em sua gestão.
Também fecha hoje o aterro sanitário de Gramacho -chamado por ele de "o maior crime ambiental do Rio"-, em Duque de Caxias, promessa de campanha. Todos projetos antigos da cidade.
Muito além da agenda verde que pretende mostrar, Paes busca como marca para seu primeiro mandato a retirada de projetos há décadas nas gavetas municipais, principalmente nos transportes.
Mas suas principais obras não estarão concluídas. As outras três obras viárias e o projeto de revitalização do porto acabam em 2015.
"Essas inaugurações são medidas de impacto. São questões que estavam para ser resolvidas há muito tempo. Ele vai capitalizar isso no seu discurso de campanha", disse o cientista político Geraldo Tadeu, presidente do IBPS (Instituto Brasileiro de Pesquisa Social).
Pesquisas de aliados mostram que Paes ainda tem imagem muito vinculada ao governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), principal fiador de sua candidatura em 2008.
Com a crise do correligionário, provocada pela divulgação de fotos ao lado do empresário Fernando Cavendish, da Delta, em Paris, Paes vai evitar apostar fichas na aliança. Ele não deve explorar o discurso de união.
Desde o início da crise do governador, Paes só esteve ao lado dele em visitas da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cabral será convidado para a inauguração da Transoeste -via que ligará Santa Cruz à Barra da Tijuca.
O prefeito investiu para criar uma marca própria. Enquanto o slogan "Somando Forças" do governo Cabral fazia referência direta à aliança dos governos federal, estadual e municipal, a prefeitura adotou como lema o termo "Cidade Presente".
A estratégia do Estado e do município são elaboradas pelo mesmo marqueteiro: Renato Pereira, da agência Prole.
O gasto de publicidade da prefeitura, que não chegava a R$ 500 mil anuais na gestão do antecessor César Maia (DEM), alcançou R$ 74 milhões no ano passado. Paes diz apenas que acha "importante se comunicar".
O prefeito é o favorito na disputa e conta com o apoio, entre outros, do PT.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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