Paes pretende gastar R$ 25 milhões, R$ 2 milhões a mais que outros quatro candidatos juntos
Juliana Castro, Luiz Gustavo Schmitt
Cinco dos candidatos que concorrem à prefeitura do Rio pretendem gastar até R$ 48 milhões na campanha eleitoral, que começa oficialmente hoje em todo o país. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que tenta reeleição, registrou junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) despesas que podem chegar até R$ 25 milhões - R$ 2 milhões a mais do que os outros quatro adversários das principais coligações. Os deputados federais Rodrigo Maia (DEM) e Otavio Leite (PSDB) e os deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL) e Aspásia Camargo (PV) planejam desembolsar, no total, R$ 23 milhões. Ontem foi o último dia para os partidos registrarem as candidaturas junto aos cartórios eleitorais, quando precisam dizer o total de recursos que pretendem gastar para se eleger.
Para vencer em 2008, Paes entrou na disputa com o planejamento de gastar R$ 12 milhões e faltou pouco para chegar ao valor estabelecido na época. Este ano, planeja ter mais do que o dobro de despesas do que na última eleição municipal (em valores sem correção). Filho do ex-prefeito Cesar Maia (DEM), Rodrigo Maia é o segundo candidato que mais planeja ter gastos, num total de 9 milhões. Entre os principais candidatos, Freixo é o que tem a menor perspectiva de gastos: 2,5 milhões. Aspásia pretende investir até R$ 7 milhões em sua campanha. É curiosamente a mesma estimativa (sem correção da inflação) que o também verde Fernando Gabeira (PV), derrotado no segundo turno por Paes, registrou no TRE-RJ durante a eleição de 2008. Para Otavio, a estimativa é de R$ 4,5 milhões. Na eleição de 2008, os seis principais candidatos estimaram o gasto de campanha em R$ 45,3 milhões.
Declarações de bens entregues ao TRE
Os candidatos entregaram também ao TRE as declarações de bens que mostram que Paes empobreceu depois que virou prefeito. É o segundo candidato com menor patrimônio, só fica atrás de Freixo. Os bens do prefeito, que antes somavam pouco mais de R$ 390 mil, agora chegam a R$ 329 mil, uma redução de 15,51%. O patrimônio de Rodrigo cresceu 13,08% em relação a 2010 e agora está avaliado em pouco mais de R$ 739 mil.
Já Freixo registrou junto ao TRE bens que somam R$ 49.267 e teve uma evolução de 72,5% em relação ao que havia apresentado na eleição de 2010. O deputado não adquiriu nenhum bem em relação ao último pleito, e a diferença está no valor que agora ele guarda no banco. Aspásia apresentou uma evolução patrimonial de 30,2%. Seus bens somavam R$ 765.943 em 2010, contra R$ 997.350 na declaração deste ano.
Os adversários de Eduardo Paes aproveitaram a diferença de valores projetados para os gastos de campanha para atacar o prefeito, que não quis rebater as críticas. Um dos coordenadores de sua campanha, Pedro Paulo, disse que os R$ 25 milhões são uma estimativa e que não significa que eles gastarão tudo o que está previsto.
Na campanha de Aspásia Camargo, o coordenador Paulo Serra disse que apostará na criatividade. Ele admitiu que o partido não vai gastar os R$ 7 milhões previstos.
- Na campanha do Fernando Gabeira, em 2010, estimamos R$ 7 milhões. Desta vez, o valor é o mesmo. Mas, esse número não é real. É uma tentativa de chegar ao teto. Não vamos conseguir arrecadar isso. Quero acreditar que de parte do prefeito seja a mesma coisa - disse Aspásia.
Para o deputado federal Chico Alencar afirmou que os custos da candidatura peemedebista extrapolam o limite do bom senso:
- Queremos saber quem está financiando isso. A campanha se mede mais pelo tamanho do bolso do que pelas ideias.
Rodrigo Maia disse que a situação de Paes não é tão confortável:
- Certamente, as pesquisas devem estar tirando o sono dele há algum tempo. Isso não surpreende nada. Ele já inaugurou hospital sem médico, creche sem professora e gastou R$ 30 milhões de publicidade com dinheiro público - disse o candidato.
O tucano Otavio Leite também disse que apostará na criatividade e criticou a campanha de Paes:
- É uma tentativa de domínio absoluto do processo político por meio das vias econômicas. Vamos apostar no quesito originalidade. E, não na categoria luxo. Nos meus três minutos e meio de TV, combateremos esse império. Também vamos usar a internet, que é um grande terreno onde as oportunidades se igualam.
FONTE: O GLOBO
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