Pré-candidato à Presidência atacou a base do governo, que pretende incluir em investigação denúncias sobre cartel e Suape
Angela Lacerda - Agência Estado
RECIFE - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência, condenou, nesta sexta-feira, 28, a "atitude infantil" do governo federal de tentar tirar o foco da CPI da Petrobrás, adicionando outras questões a serem esclarecidas e que atingem o PSDB e o PSB - o cartel de trens e metrô de São Paulo e obras de Suape em Pernambuco. "Não podemos de forma nenhuma admitir uma atitude que cheira até a infantilidade, de tentar fazer um processo de defesa que parece quase uma confissão de culpa, quando em vez de responder com objetividade e tranquilidade um assunto, tenta puxar outros assuntos", afirmou ele.
"Se cabe esclarecimentos sobre outros assuntos que eles sejam dados por quem de direito". Para ele, as decisões sobre objeto da CPI devem ser tomadas pelo Congresso Nacional, com total independência. "Mas, agora, neste momento, a sociedade quer saber o que há com a Petrobrás, como nós brasileiros vamos ajudar a Petrobrás melhorar", disse. "É isso, não é um debate eleitoral, investigue aquilo se não investigo aquilo outro. Que se investigue tudo, com a maior tranquilidade do mundo".
"Em hora nenhuma isso deve ser colocado como um cabo de aço eleitoral ou político", complementou o governador. "É uma questão objetiva: nós temos uma empresa, a maior brasileira, que nos últimos três anos perdeu a metade do seu patrimônio, multiplicou sua dívida por quatro e tem um conjunto de circunstâncias que levou o parlamento a tomar uma decisão por sua investigação". Acrescentou não caber nenhum tipo de pré-julgamento porque as investigações estão em curso.
O pré-candidato deu entrevista depois de assinar seis decretos para criação de áreas de conservação de caatinga e mata atlântica, em um evento no Palácio do Campo das Princesas, quando o secretário estadual do Meio Ambiente, Sérgio Xavier (PV) fez um balanço das ações da secretaria criada no segundo governo Campos.
O governador relembrou que a CPI da Petrobrás "surgiu em função de movimentos do próprio governo, quando a presidente Dilma, respondendo a uma nota do Estado diz que fez um negócio numa refinaria (Pasadena, na California) e não teria feito se soubesse o que estava nos documentos que não chegaram à reunião do conselho de administração". Depois disso, apesar dos pedidos, o governo não enviou imediatamente ao Congresso Nacional as pessoas que poderiam esclarecer o assunto.
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