- Brasil Econômico
A possibilidade real de que o PT seja derrotado nas eleições de outubro vem atormentando o ex-presidente Lula. A reação destemperada às vaias e xingamentos direcionados a Dilma Rousseff durante o jogo de abertura da Copa do Mundo e a velha tentativa de dividir o país entre “nós e eles”, jogando os brasileiros uns contra os outros, dizem muito sobre o temor lulopetista de deixar o poder após 12 anos.
A resposta ao comportamento dos torcedores foi desqualificar a manifestação e transformar em vítima a presidente da República, que teria sido alvo da revolta das “elites” contra o governo. O próprio Lula vem entoando a palavra de ordem que deve ser repetida pela militância nos próximos meses de campanha: a esperança vencerá o ódio. Isso depois de o PT veicular na televisão a famigerada propaganda em que fomenta o discurso do medo, aterrorizando a população para o caso de vitória da oposição na disputa presidencial.
Apostando na mentira e investindo no ódio, Lula faz a política que sempre fez e mostra que nada aprendeu, por exemplo, com o saudoso líder sul-africano Nelson Mandela. Depois de passar 27 anos na cadeia, Mandela foi eleito presidente da África do Sul e pôs fim ao odioso regime de segregação racial do qual foi vítima, o apartheid. Ao invés de se vingar daqueles que o oprimiram durante quase 50 anos, ele construiu uma nação, promovendo a convivência democrática entre negros e brancos.
Lula, por sua vez, divide a sociedade brasileira e acusa a oposição, a imprensa e a “elite” de tentarem desestabilizar o governo. Nada mais fantasioso. Ao mesmo tempo em que se arvora à condição de defensor dos fracos e oprimidos, o petista troca afagos com notórios representantes da elite mais atrasada do país, como José Sarney – a quem chamou, em 1987, de “o maior ladrão da Nova República” –, Fernando Collor e Paulo Maluf. Ademais, não podemos nos esquecer de que, em seu histórico de agressividade, Lula rompeu todos os limites do bom senso quando chamou o ex-presidente Itamar Franco de “filho da p...”, destilando ódio.
Como costuma dizer o próprio Lula em suas diatribes, nunca antes neste país a banca financeira nacional encheu tanto os bolsos quanto nos últimos 12 anos. Somente no primeiro trimestre, o lucro dos quatro principais bancos foi de R$ 10,5 bilhões. Em 2013, os empréstimos do Tesouro aos bancos públicos, em especial o BNDES, alcançaram R$ 438 bilhões. São cifras que, convenhamos, levam a elite econômica brasileira a ser grata ao PT, jamais a odiá-lo.
Ao tentar circunscrever os protestos na abertura da Copa a uma ínfima parcela de privilegiados, Lula fecha os olhos para a realidade em nome da bravata eleitoral. Segundo o Datafolha, 74% dos brasileiros defendem mudanças nas ações adotadas pelo próximo presidente e apenas 16% veem Dilma como a mais preparada para realizá-las, o que dá a medida do tamanho do descontentamento.
Ao responsabilizar os adversários pela indignação da sociedade, Lula prefere não enxergar o que até mesmo observadores menos atentos da realidade brasileira já perceberam: o ciclo do PT se esgotou e é questão de tempo para que o Brasil vire esta página e comece a escrever um novo capítulo de sua história. A agressividade lulopetista será a grande derrotada nas urnas. Lula, a nossa esperança vencerá o seu ódio.
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
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