• Quatro anos depois... só rindo mesmo, da crônica e do cronista. Até Lula deve estar achando graça
- O Globo
Na primeira posse de Dilma celebrei na crônica "Enfim, sós" a alegria e o alívio de não ter uma presidente que vivesse esbravejando nos palanques e dividindo o país entre ricos e pobres, entre as elites e o povo, e culpando os adversários políticos por todos os males do Brasil. Que bom seria não ter que ouvir a presidente repetir que o Brasil começou no dia em que ela tomou o poder e que os que a antecederam só lhe deixaram uma herança maldita.
Que prazer seria ter uma presidente que não se orgulhasse de sua grossura e ignorância e nem debochasse dos que estudaram mais que ela, que lesse jornais e até livros! Que não acusasse todos que não a apoiam de preconceito contra pobre, nordestino e operário. Ou contra mulheres de classe média de origem búlgara.
Na crônica, estava animado com uma presidente que não dizia que o mensalão era uma farsa da imprensa golpista. E que não faria nomeações partidárias para o Supremo Tribunal Federal. Que alívio seria não ver todo dia as páginas dos jornais e as telas de televisão ocupadas pela presidente dando opiniões sobre todos os assuntos, mesmo os que ignora.
Quatro anos depois... só rindo mesmo, da crônica e do cronista, de todos que acreditaram nisso. Até Lula deve estar achando graça.
Hoje, a maioria dos petistas, e até boa parte da oposição, que evidentemente não ousam dizê-lo em público, estão com saudades de Lula. Até como adversário, com suas bravatas e fanfarronices e sua leniência moral com os companheiros, com suas calúnias e difamações dos adversários e sua inteligência política a serviço da demagogia. Pelo menos ele jamais teria Guido Mantega como ministro da Fazenda nem tentaria impor suas ideias econômicas a quem sabe muito mais do que ele.
Lula nunca tentaria baixar os juros e as tarifas de energia elétrica no grito e na "vontade política", com suas consequências desastrosas, demitiria toda a diretoria da Petrobras, e seria esperto o bastante para, na atual conjuntura, jogar ao mar os companheiros que deram defeito e tentar se metamorfosear em paladino da moralidade.
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