Vera Rosa / O Estado de S. Paulo.
A polêmica sobre a nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB) para o Ministério do Trabalho criou mais um atrito na já desgastada relação entre o presidente Michel Temer e a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia. Nos últimos dias, o Palácio do Planalto fez de tudo para evitar que a decisão sobre o imbróglio caísse nas mãos da magistrada, mas não adiantou.
Foi por ter certeza de que Cármen criaria “problemas” que o governo recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, na sexta-feira. Só o fez depois que o vice-presidente do STJ, Humberto Martins, assumiu o plantão da Corte. Martins é considerado pelo Planalto mais moderado do que a presidente do STJ, Laurita Vaz.
Não é de hoje que Temer e Cármen mantêm um relacionamento apenas protocolar. No fim de 2017, por exemplo, ela suspendeu parte do decreto de indulto de Natal, assinado pelo presidente, que ampliava o perdão da pena de condenados por crimes cometidos sem violência ou ameaça, como corrupção e lavagem de dinheiro. No Planalto, a leitura é de que Cármen só atua para criar um contraponto a Temer, muito impopular, e conseguir holofotes.
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