Agências internacionais | Valor Econômico
Milhares de mexicanos, fartos da crescente violência e corrupção, votaram ontem esmagadoramente no candidato antiestablishment Andrés Manuel López Obrador, na eleição presidencial, segundo apontaram todas as pesquisas de boca de urna. Logo após a divulgação das pesquisas o candidato governista José Antonio Meade (PRI), admitiu a derrota e desejou boa sorte a López Obrador.
Pesquisa de boca de urna da Parametria apontava a vitória do ex-governador da Cidade do México, conhecido como Amlo, com uma votação entre 53% e 59%. A pesquisa do jornal "El Financiero" também indicava Amlo como provável vencedor da corrida presidencial, com 49% dos votos, contra apenas 27% de Ricardo Anaya (PAN) e 18% de José Antonio Meade (PRI). A boca de urna da GEA/ISA projetava uma vitória de López Obrador com uma votação entre 46,8% e 50,2%. Por último, a pesquisa Televisa/Consulta Mitofsky, indicava a eleição de Amlo, com uma votação entre 43% e 49%.
Durante toda a campanha presidencial, López Obrador sustentou uma esmagadora vantagem, que chegou a 20 pontos percentuais, em relação aos seus adversários. As pesquisas de boca de urna também indicam que seu partido, o Movimento Nacional de Regeneração (Morena), estava à frente em pelo menos quatro eleições para governadores: Veracruz, Morelos, Chiapas e Tabasco. A pesquisa de boca de urna da Consulta Mitofsky cobriu seis das nove corridas do governo regional de domingo, e também confirmava o favoritismo do Morena na Cidade do México.
Para muitos eleitores, a palavra do dia foi "mudança". Mudança de partidos políticos tradicionais vistos como corruptos, da escalada na violência e de um modelo econômico de livre mercado que provocou um forte crescimento nos investimentos, mas ainda tem que reduzir os níveis de pobreza ou desigualdade.
Margarita Silva, uma professora de inglês de 45 anos no centro do Estado de Hidalgo, disse à Dow Jones Newswires que votou a favor do presidente Enrique Peña Nieto em 2012, mas que desta vez estava votando López Obrador. "Ele não será capaz de se livrar da corrupção de um dia para o outro, mas pelo menos ele pode começar", disse ela enquanto aguardava sua vez na fila de votação.
Cerca de 89 milhões de mexicanos estavam aptos a votar na eleição presidencial, na Câmara dos Deputados (500 membros), Senado (128 membros), nove governos e milhares de autoridades estaduais e municipais e legisladores.
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