Raquel Ulhôa
DEU NO VALOR ECONÔMICO
Na sua pregação pelas prévias partidárias para a indicação do candidato tucano à Presidência da República até no máximo janeiro de 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, criticou ontem a forma tradicional de escolha dos candidatos do PSDB - "que levou a duas derrotas consecutivas" - e afirmou que José Serra, seu colega de São Paulo, pode até ser o escolhido, mas terá de ser "o candidato de todo o partido". Aécio defendeu um "novo PSDB" e o "reencontro" da legenda com o PMDB, numa aliança em torno de um projeto nacional pós-2010.
"Se o candidato escolhido for o governador José Serra, pelos instrumentos democráticos do partido, a candidatura estará em belíssimas mãos, ele tem todas as credenciais para ser um extraordinário candidato, mas é preciso que seja o candidato de todos nós, do PSDB", disse Aécio. Afirmou que seu esforço é para que o partido "escancare" e "democratize" suas decisões, para "renascer não apenas como um partido democrático no discurso, mas também na forma de agir".
Aécio distribuiu e recebeu afagos de parlamentares de todos os partidos em movimentada passagem pelo Congresso. Empenhou-se especialmente em afagos ao PMDB. Ao visitar o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), teve conversa reservada com ele e o líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN). Pemedebistas trataram de negar que tenha sido reiterado o convite para o governador ingressar o partido, com a possibilidade de disputar a Presidência da República por ele.
O entusiasmo do PMDB com uma eventual candidatura própria esfriou. Cortejado pelo PSDB de Serra - até agora o pré-candidato tucano mais forte segundo as pesquisas - e num momento de bom relacionamento com o governo, a cúpula do PMDB vê cada vez menos motivos para tomar um terceiro caminho.
Dirigentes do PMDB lembram que Temer acabou de ser eleito presidente da Câmara com apoio do PSDB e tem interesse em manter a boa convivência. Não querem dar a impressão de estar "insuflando uma dissidência" no PSDB, cobiçando Aécio. Além disso, pemedebistas avaliam que o mineiro pode estar estimulando notícias sobre uma eventual candidatura pelo PMDB apenas para se valorizar no PSDB.
Na conversa, Temer e Alves perguntaram a Aécio como está sua "luta" interna no PSDB. O governador disse que trabalha para que as prévias sejam regulamentadas até 30 de março, manifestou confiança e disposição de brigar pela consulta.
Aécio visitou Temer, os tucanos que integram a Mesa Diretora das duas Casas do Congresso e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com quem almoçou depois. Com o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), conversou sobre a divisão da bancada tucana, onde um grupo de deputados rejeita a liderança de José Aníbal (SP). Concordaram com a posição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que enquadrou os dissidentes. FHC pediu um ponto final nas divergências, que enfraquecem o partido.
"Não podemos continuar produzindo essas pautas. Temos de convencer a população que temos unidade, objetividade e racionalidade", disse Guerra. Ele pediu o empenho de Aécio pela unidade. Para tentar criar uma pauta positiva, a direção do partido pretende criar um núcleo que vai tentar organizar um discurso oposicionista.
Aécio condenou alianças partidárias feitas "em torno de pessoas", considerando-as frágeis por serem circunstanciais. Cobrou do PSDB a apresentação de um projeto nacional, em torno do qual o PSDB deve buscar a "mais ampla aliança", que atraia o PMDB. Defendeu um PSDB "sem ódios e radicalismos" e que realize as reformas necessárias.
Aécio minimizou a hegemonia paulista no PSDB. Disse que o partido nasceu pela força de lideranças do Estado, mas se fortaleceu e hoje é um partido nacional.
Aécio pretende viajar pelo país a partir de março, começando pelo Nordeste. O partido aguarda resposta de consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre prévias partidárias. Segundo Guerra, não preocupa o fato de a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) estar em campanha, enquanto o PSDB não tem candidato. "Se Serra e Aécio estiverem andando, não preocupa.
DEU NO VALOR ECONÔMICO
Na sua pregação pelas prévias partidárias para a indicação do candidato tucano à Presidência da República até no máximo janeiro de 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, criticou ontem a forma tradicional de escolha dos candidatos do PSDB - "que levou a duas derrotas consecutivas" - e afirmou que José Serra, seu colega de São Paulo, pode até ser o escolhido, mas terá de ser "o candidato de todo o partido". Aécio defendeu um "novo PSDB" e o "reencontro" da legenda com o PMDB, numa aliança em torno de um projeto nacional pós-2010.
"Se o candidato escolhido for o governador José Serra, pelos instrumentos democráticos do partido, a candidatura estará em belíssimas mãos, ele tem todas as credenciais para ser um extraordinário candidato, mas é preciso que seja o candidato de todos nós, do PSDB", disse Aécio. Afirmou que seu esforço é para que o partido "escancare" e "democratize" suas decisões, para "renascer não apenas como um partido democrático no discurso, mas também na forma de agir".
Aécio distribuiu e recebeu afagos de parlamentares de todos os partidos em movimentada passagem pelo Congresso. Empenhou-se especialmente em afagos ao PMDB. Ao visitar o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), teve conversa reservada com ele e o líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN). Pemedebistas trataram de negar que tenha sido reiterado o convite para o governador ingressar o partido, com a possibilidade de disputar a Presidência da República por ele.
O entusiasmo do PMDB com uma eventual candidatura própria esfriou. Cortejado pelo PSDB de Serra - até agora o pré-candidato tucano mais forte segundo as pesquisas - e num momento de bom relacionamento com o governo, a cúpula do PMDB vê cada vez menos motivos para tomar um terceiro caminho.
Dirigentes do PMDB lembram que Temer acabou de ser eleito presidente da Câmara com apoio do PSDB e tem interesse em manter a boa convivência. Não querem dar a impressão de estar "insuflando uma dissidência" no PSDB, cobiçando Aécio. Além disso, pemedebistas avaliam que o mineiro pode estar estimulando notícias sobre uma eventual candidatura pelo PMDB apenas para se valorizar no PSDB.
Na conversa, Temer e Alves perguntaram a Aécio como está sua "luta" interna no PSDB. O governador disse que trabalha para que as prévias sejam regulamentadas até 30 de março, manifestou confiança e disposição de brigar pela consulta.
Aécio visitou Temer, os tucanos que integram a Mesa Diretora das duas Casas do Congresso e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com quem almoçou depois. Com o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), conversou sobre a divisão da bancada tucana, onde um grupo de deputados rejeita a liderança de José Aníbal (SP). Concordaram com a posição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que enquadrou os dissidentes. FHC pediu um ponto final nas divergências, que enfraquecem o partido.
"Não podemos continuar produzindo essas pautas. Temos de convencer a população que temos unidade, objetividade e racionalidade", disse Guerra. Ele pediu o empenho de Aécio pela unidade. Para tentar criar uma pauta positiva, a direção do partido pretende criar um núcleo que vai tentar organizar um discurso oposicionista.
Aécio condenou alianças partidárias feitas "em torno de pessoas", considerando-as frágeis por serem circunstanciais. Cobrou do PSDB a apresentação de um projeto nacional, em torno do qual o PSDB deve buscar a "mais ampla aliança", que atraia o PMDB. Defendeu um PSDB "sem ódios e radicalismos" e que realize as reformas necessárias.
Aécio minimizou a hegemonia paulista no PSDB. Disse que o partido nasceu pela força de lideranças do Estado, mas se fortaleceu e hoje é um partido nacional.
Aécio pretende viajar pelo país a partir de março, começando pelo Nordeste. O partido aguarda resposta de consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre prévias partidárias. Segundo Guerra, não preocupa o fato de a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) estar em campanha, enquanto o PSDB não tem candidato. "Se Serra e Aécio estiverem andando, não preocupa.
Preocupa se ela estiver na rua e eles, em casa".
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