terça-feira, 7 de julho de 2009

Jarbas: 'Ele tudo fará para permanecer no poder', ataca

DEU EM O GLOBO

Suplicy defende Lula e diz que presidente não enquadrou PT

BRASÍLIA. No plenário, sem a presença do presidente José Sarney, o senador Jarbas Vasconcelos afirmou que o presidente Lula "está disposto a tudo" para não perder o apoio do PMDB não só ao seu governo mas também a uma futura aliança eleitoral em favor da candidatura de Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, à Presidência em 2010. Especialmente, lembrou Jarbas, porque uma aliança com o PMDB lhe garantiria mais tempo de propaganda na TV e uma grande estrutura partidária para a campanha, com penetração em todo o país.

- Não importa ao presidente o respeito às leis ou à Constituição, muito menos consideração a quaisquer princípios éticos ou morais. Nosso presidente não tem pudor algum. Tudo fará para permanecer no poder, inclusive comprometer seus correligionários e destruir o que ainda resta de dignidade no Congresso Nacional, em especial do Senado - condenou Jarbas.

Na opinião do senador pernambucano, o presidente Lula, ao defender José Sarney por causa de interesses políticos pessoais, estaria indo na contramão do que quer a sociedade brasileira.

- O presidente confunde seu governo com sua pessoa. Presunçoso, acha que sua popularidade lhe dá o direito de julgar condutas: absolveu os mensaleiros e os companheiros criminosos que forjaram dossiês eleitorais. Entende que todos aqueles que contribuem para o seu objetivo de poder estão acima da lei.

"Não é possível aceitarmos esse fisiologismo"

Jarbas, a exemplo do que já havia feito seu colega de bancada Pedro Simon (PMDB-RS), engrossou ontem o coro a favor do afastamento de Sarney do cargo. Para ele, a hora é de refluir e de rever condutas:

- Não é possível aceitarmos esse patrimonialismo antiquado, esse fisiologismo que, de tão incentivado, convive amistosamente com a corrupção. Precisamos dar um basta a isso tudo, a começar pela cobrança de uma nova postura do presidente da República, o verdadeiro responsável pelo lamentável nível da atual composição do Congresso Nacional.

No plenário esvaziado, apenas Eduardo Suplicy (PT-SP) - um dos cinco senadores do PT que defendem o afastamento de Sarney - tentou justificar a relação de Lula com seu partido, dizendo que não houve enquadramento quando Lula se reuniu com a bancada:

- O diálogo que tivemos na última quinta-feira foi uma troca de ideias.

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