segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Dirceu antevê problemas para o PT em 2010

DEU EM O GLOBO

Deputado cassado, que pode voltar à direção do partido, diz que campanha sem Lula como candidato é desafio

SÃO PAULO. Após votar nas eleições internas do PT, ontem em São Paulo, o ex-chefe da Casa Civil da Presidência da República e deputado cassado José Dirceu disse que a campanha presidencial de 2010 será um grande desafio para o PT, uma vez que o presidente Luiz Inacio Lula da Silva não concorrerá.

— É um desafio fazer uma campanha sem Lula.

Acho que esta será uma eleição difícil. Não subestimo nem o (José) Serra (governador de São Paulo) ou o Aécio (Neves, governador de Minas Gerais) —, afirmou Dirceu, que poderá voltar à direção do partido, porque integra a chapa de José Eduardo Dutra, candidato da corrente Construindo Novo Brasil, favorita na disputa.

O ex-ministro voltou a negar o mensalão. Sua participação no diretório, em caso de vitória de Dutra, foi defendida até por um dos outros cinco candidatos adversários à presidência do partido, o deputado José Eduardo Cardozo (SP), da chapa Mensagem do Partido.

— Seria absurdo que eu dissesse isso: “Olha, meus adversários, não coloquem sicrano e fulano na chapa”. Eu não posso fazer isso. Todos aqueles militantes que estão no direito e gozo do exercício partidário podem frequentar o partido, atuar e até ser candidatos (...) se Zé Dirceu vai ser dirigente ou não, depende do voto dos petistas, são eles que vão decidir.

Em São Paulo, oito chapas concorrem à direção estadual do partido. O favorito é o atual presidente do PT estadual, Edinho Silva. Em todo o estado são 295.092 petistas em condições de votar, de um total de 297.589 filiados.

Em Minas, o resultado parcial das eleições indicava, até a noite de ontem, o favoritismo do deputado federal Reginaldo Lopes, atual presidente do partido e candidato à reeleição. Com 939 votos apurados em 44 cidades até as 20h, ele liderava com 49,41% , contra 36,49% do segundo colocado, o secretário nacional de Comunicação da legenda, Gleber Naime. Com esse resultado, haveria segundo turno.

O ex-prefeito de BH, Fernando Pimentel, apoia Reginaldo; já o ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, defende Gleber.

Quem fizer o presidente garante hegemonia e sai fortalecido no duelo pelo Palácio da Liberdade.

Se Reginaldo vencer, o grupo do ex-prefeito tentará acordo com Patrus para unir o PT em torno da candidatura de Pimentel e evitar prévias

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