DEU EM O GLOBO
Nosso Guia quer convocar a Constituinte, mas não diz que só se consegue isso com o país em estado de choque
Quando Lula disse em Kiev que "os partidos políticos deveriam estar defendendo, neste momento, para depois das eleições de 2010, uma Constituinte específica para fazer uma legislação eleitoral para o Brasil", ele informou que no seu baralho há a carta do chavismo plebiscitário. Melhor dizendo, do chaveco.
Lula atribui as malfeitorias do PT e do DEM a imperfeições das leis eleitorais. A solução estaria numa reforma política e acrescenta que já mandou dois projetos ao Congresso, mas eles não andaram. Há aí uma mistura de bobagens com fantasias.
Bobagem é dizer que o governo mandou projetos de reforma política ao Congresso. É fantasia que se tenha empenhado no assunto. O que o PT quer é o financiamento público de campanha e o voto de lista para a escolha dos deputados. Ganha uma vigem à Ucrânia quem acha que o financiamento público impedirá o movimento dos maços de dinheiro do governador José Roberto Arruda e dos aloprados da campanha do senador Aloizio Mercadante. Ganha um fim de semana em Caracas quem acredita que o sistema político brasileiro melhorará se as direções partidárias do DEM, do PT e do PSDB passarem a determinar as chances de seus candidatos serem mandados à Câmara.
Tudo isso é pouco diante da proposta da Constituinte. Lula diz bobagens absolutas ("minha mãe nasceu analfabeta"), mas deve-se prestar atenção nas batatadas que, parecendo bobagens, são espertezas, das boas. Nosso Guia sabe que só se pode convocar uma Constituinte com três quintos do Senado (49 votos) e da Câmara (308 deputados). Ele sabe que não tem esses votos e que não os conseguirá sem que a política brasileira entre num estado de choque.
Como conseguir os três quintos? Emparedando o Congresso, botando nas ruas os companheiros das centrais sindicais e dos movimentos sociais (uma viagem a Cuba para quem souber o que é isso). É uma manobra difícil e perigosa, João Goulart que o diga. No estilo de Nosso Guia: o dado concreto é que, de mansinho, o presidente da República colocou a carta da Constituinte no baralho do debate político.
Teme-se que o Lulismo deságue num Chavismo. Nessa batida, apareceu o Chaveco.
Nosso Guia quer convocar a Constituinte, mas não diz que só se consegue isso com o país em estado de choque
Quando Lula disse em Kiev que "os partidos políticos deveriam estar defendendo, neste momento, para depois das eleições de 2010, uma Constituinte específica para fazer uma legislação eleitoral para o Brasil", ele informou que no seu baralho há a carta do chavismo plebiscitário. Melhor dizendo, do chaveco.
Lula atribui as malfeitorias do PT e do DEM a imperfeições das leis eleitorais. A solução estaria numa reforma política e acrescenta que já mandou dois projetos ao Congresso, mas eles não andaram. Há aí uma mistura de bobagens com fantasias.
Bobagem é dizer que o governo mandou projetos de reforma política ao Congresso. É fantasia que se tenha empenhado no assunto. O que o PT quer é o financiamento público de campanha e o voto de lista para a escolha dos deputados. Ganha uma vigem à Ucrânia quem acha que o financiamento público impedirá o movimento dos maços de dinheiro do governador José Roberto Arruda e dos aloprados da campanha do senador Aloizio Mercadante. Ganha um fim de semana em Caracas quem acredita que o sistema político brasileiro melhorará se as direções partidárias do DEM, do PT e do PSDB passarem a determinar as chances de seus candidatos serem mandados à Câmara.
Tudo isso é pouco diante da proposta da Constituinte. Lula diz bobagens absolutas ("minha mãe nasceu analfabeta"), mas deve-se prestar atenção nas batatadas que, parecendo bobagens, são espertezas, das boas. Nosso Guia sabe que só se pode convocar uma Constituinte com três quintos do Senado (49 votos) e da Câmara (308 deputados). Ele sabe que não tem esses votos e que não os conseguirá sem que a política brasileira entre num estado de choque.
Como conseguir os três quintos? Emparedando o Congresso, botando nas ruas os companheiros das centrais sindicais e dos movimentos sociais (uma viagem a Cuba para quem souber o que é isso). É uma manobra difícil e perigosa, João Goulart que o diga. No estilo de Nosso Guia: o dado concreto é que, de mansinho, o presidente da República colocou a carta da Constituinte no baralho do debate político.
Teme-se que o Lulismo deságue num Chavismo. Nessa batida, apareceu o Chaveco.
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