Senador volta a se reunir com Fernando Henrique e os criadores do Plano Real para definir propostas de alavancagem da economia a serem postas a público na sucessão presidencial.
Economia em 2013 é a senha para 2014
Maior partido de oposição ao governo, o PSDB reúne os pais do Plano Real para afinar o discurso do pré-candidato ao Planalto, senador Aécio Neves, baseado no índice de crescimento
Isabella Souto
Aécio Neves está montando programa econômico que defende parcerias do setor público com o privado
Na esteira do baixo crescimento da economia brasileira, o PSDB já se articula em torno do que pensa ser uma alternativa viável em uma provável disputa com a presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais de 2014. Com o objetivo de construir uma agenda econômica com a qual o senador Aécio Neves (PSDB) tentará chegar ao Palácio do Planalto, o grupo de economistas que ajudaram a criar e gerir o Plano Real teve anteontem mais uma rodada de conversas com o tucano mineiro e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Desta vez foi um almoço no Rio de Janeiro, que levou para a mesma mesa o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Edmar Bacha. No fim de agosto o grupo já havia se reunido no Rio para um jantar. O ponto principal da conversa seria tentar resgatar bandeiras históricas dos tucanos, como as parcerias com a iniciativa privada para obras de infraestrutura, o que inclui aeroportos, rodovias, hidrovias e hidrelétrica.
Os economistas Armínio Fraga e Edmar Bacha tiveram um papel importante no programa de privatizações da gestão de FHC, com destaque para as telefônicas e a Companhia Vale do Rio Doce. Ao longo de 2013 haverá encontros com economistas de renome nacional, até que seja montado um programa que tenha como bandeira principal as parcerias do setor público com o privado. A ideia teria o aval do DEM e PPS, partidos que hoje integram com os tucanos o bloco de oposição ao governo Dilma.
Na discussão da economia nacional, pesa a favor da oposição a redução da projeção de crescimento da economia brasileira, que até então chegaria a 4,5%, mas não deverá passar de 1%, segundo estimativa do relatório de inflação divulgado no dia 20 pelo Banco Central. Os números negativos colocaram o Brasil novamente na sétima posição entre as maiores economia do mundo, atrás de Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão, China e Estados Unidos.
Novo caminho "O partido terá um processo de mobilização e discussão com documentos oficiais externando nossa posição", afirmou ontem o presidente estadual do PSDB, deputado federal Marcus Pestana. De acordo com o parlamentar, o objetivo é fazer um diagnóstico profundo da economia brasileira e mundial, e a partir daí, debater um projeto que permita ao país voltar a crescer em níveis mais altos.
"Esse ciclo de 10 anos de governo do PT já demonstrou sinais claros de esgotamento, com instabilidade, diminuição das taxas de investimento e crescimento mínimo do PIB", reclamou Pestana. O parlamentar argumentou ainda que é necessário um novo caminho para os setores elétrico – que tem apresentado apagões rotineiros –, petrolífero e de infraestrutura.
A justificativa do governo para a redução na projeção de crescimento da economia este ano é a recuperação da atividade econômica doméstica em ritmo diferente do previsto. A estimativa para o crescimento do PIB – que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos – passou de 1,6% para 1%. No entanto, a expectativa do Banco Central é de que "a demanda doméstica tende a se apresentar robusta" nos próximos semestres, o que seria resultado do consumo das famílias, estimulado pelo crescimento da renda e pela expansão moderada do crédito.
Fonte: Estado de Minas
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