Tudo indica que os candidatos de 2014 serão Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos, mas as suas "sombras" não apenas se mexem como falam cada vez mais.
Lula, o instintivo, até na Argentina insiste em bater na imprensa, para desqualificar as críticas, e provoca: "Falem mal, mas falem de mim".
Serra, o persistente, aproveitou uma passadinha por Brasília para deitar falação de candidato e criticar o PSDB pela antecipação do debate eleitoral, mandando um recado para o partido: "Estou disponível para o que der e vier".
E Marina, a dissidente, conseguiu o maior feito político da semana: bater boca com Dilma, presidente da República e líder nas pesquisas, e jogar no ar da sucessão uma palavra ardida. Segundo ela, a marca do governo Dilma é o "retrocesso" em relação a FHC e a Lula. Lulistas e tucanos concordam.
O mais interessante é que bastou Marina sair da disputa para virar o centro das atenções, polarizar com Dilma e ganhar manchetes de jornais. Aécio e Campos podem se esgoelar à vontade que não encontram eco no Planalto, muito menos ganham manchetes.
Como explicar que uma ex-candidata tenha poder para tirar Dilma do sério e ocupar um espaço que os próprios candidatos não têm? Talvez porque o eleitorado esteja de fato mais atento ao que Marina diz e mais curioso sobre o que ela vai fazer. E, certamente, porque a rixa de Dilma e Marina não é de hoje, vem de longe.
No governo Lula, Dilma era a "gerentona", a "mãe do PAC", e vivia às turras com Marina, a "verde", a "guardiã da sustentabilidade". Foi por causa de Dilma, e por não ter chance de se candidatar pelo PT, que Marina saiu do governo e do partido para o voo sonhático.
Dilma acha que bater de frente com Marina diminui Aécio e Campos, mas deve avaliar melhor. Candidata ou não, é Marina quem está massificando o discurso da oposição.
Fonte: Folha de S. Paulo
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