- Folha de S. Paulo
O ex-presidente Lula deve aceitar o convite da presidente Dilma Rousseff para ser ministro.
A informação foi confirmada por um dos principais assessores da presidente.
Ele deve se encontrar com Dilma amanhã, em Brasília, para discutir as várias possibilidades de se integrar ao governo.
O petista pode ir para a Casa Civil, no lugar de Jaques Wagner, ou para a Secretaria de Governo, no lugar de Ricardo Berzoini.
A segunda opção é tida como mais provável já que, no cargo, Lula não se envolveria em questões burocráticas, ficando livre para a sua principal missão: negociar com o PMDB para evitar o desembarque do governo e a abertura de um processo de impeachment contra a presidente.
A ida de Lula para o governo é considerada pela equipe de Dilma como a última cartada para evitar um processo de impeachment contra ela.
Um outro efeito da nomeação é que, no ministério, Lula ganhará foro privilegiado, o que impediria que ele seguisse sendo investigado por procuradores em São Paulo e também na Lava Jato em Curitiba.
As investigações sobre o ex-presidente seriam deslocadas para a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, e supervisionadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Para se defender da acusação de que Lula, na verdade, estaria fugindo da Justiça, dirigentes do PT já usam o argumento de que os ministros do STF, que passarão a comandar as investigações do ex-presidente, são os "juízes dos juízes", em tese os mais capazes do país e que podem inclusive reformar decisões do próprio Moro.
Conforme a coluna informou na terça passada (8), o PT lançou a ideia logo depois que ele foi conduzido coercitivamente para depor, por decisão de Moro.
A nomeação de Lula para um ministério gera polêmica até mesmo entre seus seguidores. Assessores próximos do ex-presidente são contra. Aliados políticos, como o prefeito Fernando Haddad e o presidente do PT, Rui Falcão, defendem enfaticamente que ele aceite.
O ex-presidente teria ficado mais à vontade para aceitar o convite depois que a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal da Capital, não decretou a prisão dele e decidiu enviar o pedido para ser analisado em Curitiba, onde o petista é investigado na Operação Lava Jato.
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