Pré-candidato pretende criar uma Guarda Nacional, formada por jovens egressos do serviço militar obrigatório
Lucas Vettorazzo | Folha de S. Paulo
RIO DE JANEIRO - O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, escolheu um general do Exército para compor a equipe que atuará nas questões de segurança pública durante a campanha.
Em agenda nesta quarta-feira (6) no Rio, ele apresentou a equipe que o auxiliou na criação de seu plano nacional de segurança.
O general João Campos, que foi comandante da Escola de Estado Maior do Exército, é um dos integrantes, assim como o coronel da reserva da PM de São Paulo José Vicente da Silva, que foi secretário nacional de Segurança Pública no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A equipe é liderada pelo professor de relações internacionais da USP Leandro Piquet Carneiro, que estuda a segurança em uma parceria entre a universidade de São Paulo e a OEA (Organização dos Estados Americanos).
Também integra a equipe a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, ex-policial federal.
O pré-candidato apresentou as bases para seu programa de segurança. Ele disse que pretende criar uma Guarda Nacional, formada por jovens egressos do serviço militar obrigatório. A mesma medida, disse ele, poderia ser utilizada pelas polícias.
Homens que deixarem o serviço militar poderiam engrossar as fileiras das polícias estaduais por dois a quatro anos. Também prometeu a criação de uma agência nacional de inteligência, que reuniria informações da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), das Forças Armadas, das polícias Federal e Rodoviária Federal e também das forças de segurança dos estados.
O ex-governador de São Paulo apresentou proposta que substituiria a redução da maioridade penal, debate levantado há cerca de dois anos no Brasil. Segundo ele, não seria mais necessário mudar a constituição para ampliar penas de menores infratores que tenham cometido crimes hediondos.
A ideia seria ampliar de três para oito anos o limite de tempo que um menor possa ficar internado em instituições socioeducativas. Caso o interno complete 18 anos e ainda tenha pena a cumprir, ele seria transferido para uma unidade intermediária. "Ele não vai para o presídio de adulto, mas também não pode ficar junto das crianças e adolescentes", disse.
O ex-governador elogiou os esforços da intervenção federal na segurança pública do Rio, mas afirmou que ela, por si só, não resolve todos os problemas. Geração de emprego, renda e oportunidade de trabalho, disse ele, são os maiores aliados no combate à violência.
Ele não deu indicações de que possa ampliar o modelo da intervenção na segurança para outros estados. Na agenda no Rio está prevista uma visita ao general Walter Braga Netto, que comanda a intervenção federal no Rio. Alckmin pediu esforços para a elucidação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson, ocorrido em 14 de março.
O pré-candidato elogiou a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública e defendeu a construção de novas penitenciárias federais no país.
Alckmin disse ser contra políticas de descriminalização e legalização do consumo de maconha. "Eu sou contra porque ainda não está provado que houve melhora nos locais que liberaram a maconha, como Uruguai, Holanda, Portugal e alguns estados americanos", disse.
O ex-governador voltou a dizer que é favorável a liberar o porte de arma para o cidadão no campo. "Na cidade não tem necessidade porque a pessoa liga para o 190 e tem uma viatura na porta de casa em pouco tempo", disse.
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