AP E AFP
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Comissão entregará seu parecer sobre possível anistia política e retorno de Zelaya ao poder
A comissão do Congresso de Honduras responsável por estudar a concessão de uma possível anistia política ao presidente deposto, Manuel Zelaya, deve anunciar hoje sua recomendação ao plenário, indicando uma possível saída para o impasse político que já se arrasta há mais de um mês.
A recomendação do grupo de sete parlamentares é vista como uma oportunidade de o governo de facto ceder em alguns dos pontos mais polêmicos da proposta de reconciliação apresentada pelo presidente costa-riquenho, Oscar Arias, que atua como mediador na crise.
Entre as sugestões de Arias estão a anistia política, a restituição da presidência a Zelaya e a antecipação das eleições, já rejeitada pelo Tribunal Eleitoral. Funcionários do governo golpista indicaram ontem que o presidente de facto, Roberto Micheletti, manifestou, pela primeira vez, seu apoio a um acordo que permitiria o retorno de Zelaya ao poder.
A entrega do parecer da comissão coincidirá com o segundo dia da reunião de Tuxtla, na Costa Rica, entre representantes do México, da Colômbia e de países da América Central. O golpe em Honduras e a tensão política entre os governos da Colômbia e da Venezuela - por causa do suposto tráfico de armas de Caracas para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - dominaram ontem o início da cúpula.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, José Miguel Insulza, que está em Tuxtla, disse esperar que em ambos os casos sejam encontradas saídas pacíficas.
Ontem, uma comissão da ONU chegou à cidade nicaraguense de Las Manos, de onde Zelaya tenta organizar seu retorno. Zelaya e o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, pedem que a ONU conceda status de refugiado aos hondurenhos que cruzaram a fronteira para apoiar o presidente deposto.
Em Tegucigalpa, o governo de facto minimizou ontem a importância da decisão dos EUA de suspender os vistos de funcionários hondurenhos que participaram do golpe. Funcionários disseram que ainda poderiam entrar nos EUA com vistos de turistas.
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