Na oposição, ninguém quer arriscar briga pela vaga em jogo
Paulo Peixoto
BELO HORIZONTE - O favoritismo do governador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na disputa ao Senado no ano que vem mudou o xadrez eleitoral em Minas Gerais.
Como ninguém quer ser azarão na briga pela única vaga em jogo, o posto de candidato ao Senado acabou perdendo valor na oposição, liderada por PT e PMDB.
Ainda não se sabe se o governador cederá às pressões do PSDB para disputar o Senado, mas esse "fator Anastasia" dividiu a oposição.
PT e PMDB, que em 2010 estiveram juntos na derrota para o tucano, admitem candidatos próprios ao governo. O nome natural do grupo para disputar o Senado, o senador Clésio Andrade (PMDB), quer tentar o Palácio da Liberdade.
"[O Senado] ficou para trás", diz Clésio, que neste mês estrelou, sozinho, as 40 inserções regionais de rádio e TV do PMDB. Ele corteja as mesmas siglas visadas por PT e PSDB na busca por aliados.
Na semana passada, Clésio almoçou com membros do PSD, liderado nacionalmente pelo dilmista Gilberto Kassab, mas que em Minas se divide entre apoiar PT ou PSDB.
O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), pré-candidato petista, trabalha com cenário de dois candidatos. "A discussão é se estaremos juntos (ao PMDB) desde o primeiro turno."
Foi a vantagem de Anastasia que levou os rivais a deixarem o Senado em segundo plano. Pesquisa divulgada em outubro pelo jornal "Estado de Minas" o mostra com 54,1% a 62,6% das intenções de voto.
Com a oposição dividida e tucanos sem sucessor natural, cresce a chance de a disputa pelo governo ter dois turnos. Pimentel lidera os cenários das pesquisas. O candidato do PSDB mais provável é o ex-ministro Pimenta da Veiga. Para analistas, um candidato governista com apoio de Anastasia e do presidenciável Aécio Neves (MG) pode crescer.
Fonte: Folha de S. Paulo
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