Elizabeth Lopes – O Estado de S. Paulo
Na abertura do terceiro bloco do debate entre presidenciáveis que acontece na TV Bandeirantes, o jornalista Boris Casoy perguntou à presidente Dilma Rousseff se ela manterá ou mudará a política econômica. Dilma argumentou que hoje ninguém pode negar que enfrentamos uma grave crise internacional e ao contrário do passado, em que se sempre se usava a receita de ''colocar o trabalhador para pagar'' os custos, seu governo se recusou a fazer isso, destacando que o governo conseguiu manter empregos - enquanto o mundo inteiro desempregou - e a inflação sob controle. Ela destacou ainda que, além de investimento em infraestrutura, o governo investiu pesado em educação e ofereceu oportunidades à população.
Na sequência, Aécio Neves, dizendo que "o sonho do brasileiro é morar na propaganda do PT", se direcionou à Dilma, e questionou se é possível hoje comprar as mesmas coisas que se comprava meses atrás, argumentando que o Brasil precisa iniciar um novo ciclo de mudanças.
Dilma respondeu que Aécio "claramente desconhece a grave crise internacional", relacionou os avanços do governo petista e disse não ser possível fazer comparação entre o momento atual e o que ocorria no País há 12 anos.
Marina Silva (PSB) foi perguntada se manteria o atual número de ministérios e se atuaria como uma gerente, caso vença as eleições. A candidata disse que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não eram gerentes, mas fizeram coisas boas para o País. E utilizou o mesmo mote que seu companheiro de chapa, o falecido governador Eduardo Campos, dizendo que, mesmo com uma presidente que se diz gerente (a presidente Dilma Rousseff), o Brasil "será entregue no ano que vem ao próximo governante muito pior do que estava no início da gestão da petista".
Marina disse que um presidente da República precisa de credibilidade, legitimidade e visão estratégica para gerir o Brasil. "Quando não se tem visão estratégica, não é possível gerir nem a si mesmo", argumentou, dizendo que o atual governo petista faz uma política do ''toma lá, dá cá'' na administração do País.
Indagado sobre reforma administrativa, o candidato do PSDB, Aécio Neves, voltou a citar a sua experiência nos oito anos de administração do governo de Minas Gerais. E falou que construiu o maior número de parcerias público-privadas "da história do Brasil". Na réplica, Marina criticou a gestão do tucano na área da educação no Vale do Jequitinhonha, onde os professores, segundo ela, ganham muito mal. Na tréplica, Aécio a ironizou, dizendo que ela falava isso não por maldade, mas por desconhecimento, reiterando que melhorou, sim, o salário dos professores dessa região, considerada o "nordeste de Minas".
Fator Previdenciário
Pastor Everaldo (PSC) foi indagado se manteria o fator previdenciário e destacou que tem um aposentado em casa, o seu pai, criticando esse fator, pois no seu entender achatou as aposentadorias. "Isso foi um desastre para os aposentados brasileiros, provocando defasagem nos salários, mas vamos trabalhar para recuperar as perdas dos aposentados do Brasil". Na réplica, Marina lamentou a realidade em que vivem os jovens e os idosos do Brasil, destacando que se mede a responsabilidade de um país pela forma com que ele cuida de seus jovens e idosos. "Estamos comprometidos para fazer uma correção e dar dignidade aos aposentados."
Neste bloco, a candidata do PSOL, Luciana Genro, criticou a política econômica do governo petista, dizendo que eles tentam controlar a inflação com a elevação da taxa de juros. "A política econômica da presidente Dilma tem gerado muito lucro para o setor financeiro, onde só os bancos ganham e a inflação não fica sob controle". E desafio a presidente a implantar o imposto sobre grandes fortunas. A candidata do PSOL falou que a maneira de baixar a inflação seria com a reforma agrária. "Defendo a demarcação imediata das terras indígenas com reforma agrária", disse
O candidato do PV, Eduardo Jorge, falou de suas bandeiras, como o financiamento público de campanha, apenas para as pessoas físicas, para evitar o chamado ''voto de cabresto'', onde o eleitor se sente obrigado a atuar em favor dos grandes grupos do capital que o ajudaram a eleger com as doações.
O tucano Aécio Neves falou também de uma de suas bandeiras nesta campanha, o fim da reeleição com mandato de cinco anos para presidente da República.
Levy Fidelix (PRTB), questionado sobre a independência do Banco Central, disse que o Brasil está falido, quebrado financeiramente. "Vamos fazer um auditoria fiscal com relação à dívida, caso contrário este País vai para o buraco", disse. Eduardo Jorge, do PV, afirmou que o Banco Central independente, proposta da coligação de Marina Silva, "é apenas um fetiche para favorecer os rentistas e aumentar os juros, beneficiando os banqueiros".
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