- Folha de S. Paulo
A eleição continua eletrizante, com o empate técnico entre Aécio e Dilma mantido rigorosamente nos mesmos índices de votos válidos do primeiro Datafolha do segundo turno: 51% do tucano, 49% da petista. Os dois dão sinais de terem batido no teto, mas os dados gerais contêm novidades melhores para Dilma do que para Aécio.
A dura campanha de Dilma na TV, que "desconstruiu" Marina Silva no primeiro turno, conseguiu estancar a ascensão de Aécio e reduzir o seu potencial de crescimento. Ou seja: ele parou de crescer e tem menos margem para coletar novos votos.
Enquanto o índice de rejeição de Dilma oscilou um ponto para baixo, o de Aécio subiu quatro pontos depois dos ataques desferidos pela propaganda eleitoral do PT contra a gestão do tucano em Minas Gerais. E esses ataques foram em cima de um dado real: Aécio foi derrotado duplamente no Estado que governou duas vezes. Ficou atrás de Dilma e perdeu o governo para um petista.
Nesses dez dias até o segundo turno, Dilma aprofundará a estratégia de "desconstrução", intensificando os ataques. Se Aécio repetir a reação passiva de Marina, fazendo muxoxo e acusando a adversária de liderar uma "campanha de ódio", ele deixará Dilma ditar o tom da campanha.
A favor de Aécio: o empate técnico o favorece, não só porque ele está numericamente à frente, mas porque a "quebra" de votos de Dilma tende a ser maior na hora do voto real. Uma coisa é dizer que vai votar em alguém, outra é acertar os botões, os números. O nível de escolaridade do eleitorado de Aécio é bem mais alto do que o de Dilma. Ela tem de passar à frente e ter gordura para queimar.
Em suma, a eleição continua como o diabo e os jornalistas gostam (gostamos), e os debates terão um papel fundamental. Na propaganda, que tem audiência restrita, os candidatos dizem o que bem entendem a seu favor e contra o outro. Nos debates, que estão bombando, dizem não só o que querem, mas o que podem.
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