• Em Porto Alegre (RS), manifestantes fizeram críticas à política econômica da presidente
• Em vídeo, líder do MST conclamou os militantes contra elites que criam "cenário de instabilidade"
Estêvão Bertoni, Claudia Rolli e Paula Sperb – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO, PORTO ALEGRE - Sindicatos e movimentos sociais alinhados ao governo federal que organizam atos nesta sexta-feira (13) em 23 capitais aumentaram a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff ao incluir entre suas reivindicações críticas à condução da política econômica e ao ajuste fiscal.
Em vídeo divulgado nesta quinta (12), o líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse que o governo precisa abandonar a atual política econômica.
E conclamou os militantes contra elites que criam "um cenário de instabilidade política para que o governo se sinta acuado e implante o programa de ajuste neoliberal que é a pauta deles".
Já Joaquim Pinheiro, membro da coordenação nacional dos sem-terra, diz que "não vai ter refresco" a favor do governo. "A política que a Dilma está aplicando é a do Aécio Neves [PSDB]. Temos que defender os nossos direitos."
Ele cobra que a petista se aproxime dos movimentos sociais revendo medidas anunciadas pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) que "atacam os direitos dos trabalhadores".
As únicas defesas dos atos desta sexta, diz o MST, serão da Petrobras, dos direitos do trabalhadores, da reforma política e da democracia. Em sua fala, Stédile prevê que "a burguesia vai tentar dar o troco no dia 15", em referência ao ato pró-impeachment no domingo (15).
A maioria das entidades que prometem ir às ruas nesta sexta se esquiva de declarar apoio explícito à presidente. "Não é um ato nem contra nem a favor do governo, mas sim pela normalidade da democracia", diz Vagner Freitas, presidente da CUT.
"Todos sabem o engajamento político da CUT na eleição do ex-presidente Lula e no primeiro mandato da presidenta Dilma. Mas, neste momento, a leitura que fazemos é que o Brasil tem de voltar à normalidade. O fato é que a eleição acabou, não há terceiro turno."
Porto Alegre
Nesta quinta-feira, o tom de cobrança já apareceu no protesto de cerca de 50 entidades que reuniu aproximadamente 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar, em Porto Alegre.
Entidades ligadas à CUT e à CMS (Coordenação de Movimentos Sociais) defenderam a Petrobras e cobraram um plebiscito para a reforma política. Já sindicatos ligados à CSP (Central Sindical Popular) e a Conlutas protestaram contra Dilma e os governos locais.
Na pauta da CSP e Conlutas estão reivindicações contra ajustes fiscais e pedidos por melhores situações na educação e habitação. De outro lado, militantes do PT, principalmente mulheres, exibiram faixas de apoio a Dilma.
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