• Em delação, lobista citou Renan Calheiros, Delcídio Amaral, Jader Barbalho e Silas Rondeau
Por Eduardo Bresciani – O Globo
BRASÍLIA - O lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua delação premiada que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau receberam propina desviada da contratação pela Petrobras de um navio-sonda. Os pagamentos teriam sido operados pelo empresário Jorge Luz. Segundo o “Jornal Nacional”, da TV Globo, Baiano afirmou que os quatro políticos dividiram US$ 6 milhões.
Baiano disse ter mencionado sobre os pagamentos a Calheiros e a Jader em uma das conversas que teve com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quando pediu ajuda deste para cobrar propina devida pelo consultor Júlio Camargo.
“Que, em um primeiro momento, disse a Eduardo Cunha inclusive que teve pagamentos para políticos do PMDB por intermédio de Jorge Luz, referente a primeira sonda; Que inclusive fez menção ao nome dos políticos Renan Calheiros e Jader Barbalho como destinatários de parte dos valores referentes à primeira sonda; Que questionado se fez a menção a Delcídio Amaral e Silas Rondeau, respondeu que não, pois preferiu fazer menção aos políticos do PMDB, que era o partido de Eduardo Cunha”, registra trecho do depoimento.
Segundo o “Jornal Nacional”, o lobista mencionou ainda pagamento entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão a Delcídio desviado da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O dinheiro teria sido usado para a campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul.
Por meio de sua assessoria, o presidente do Senado disse não conhecer Baiano e negou ter recebido propina. Ressaltou ainda jamais ter autorizado terceiros a utilizarem seu nome. Jader afirmou que nem sequer sabia da existência de Baiano e que nem era senador na época do contrato mencionado.
Em nota, o senador Delcídio Amaral afirmou ser “absurdo” e “muito estranho” que seu nome tenha sido citado novamente na Lava-Jato. Ressaltou que no período dos contratos mencionados, entre 2005 e 2006, era presidente da CPMI dos Correios e tinha virado “persona non grata” por todos que eram investigados na ocasião. Disse que foi apresentado a Fernando Baiano na década de 90 por um empresário, mas que não teve mais contato com ele. O GLOBO não localizou Silas Rondeau e Jorge Luz.
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