'Quem quiser showman vai no show do Tom Cavalcanti; País precisa de governo', afirma governador, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2018
Marcia Furlan / O Estado de S.Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), rebateu nesta quarta-feira, 27, em entrevista à Radio Jovem Pan, críticas de que não seria “carismático”, o que dificultaria sua candidatura à Presidência da República em 2018. "O Brasil não precisa de showman. Quem quiser showman vai no show do Tom Cavalcanti, que é um gênio do humorismo. O Brasil precisa de governo, que seja eficiente, que reduza o tamanho do Estado, que faça inclusão, que tenha competitividade, reformas, uma agenda modernizante. Eu não sou da ribalta. Acho que essa coisa da discurseira, da ribalta, é coisa meio atrasada. Nós precisamos de resultado, de eficiência, de trabalho, falar a verdade para as pessoas. Não tem mágica, é ser transparente", afirmou.
O tucano também defendeu a realização de prévias dentro do partido para definir os candidatos que concorrerão aos cargos majoritários na eleição de 2018 antes de março. Esse é o prazo final da janela partidária, quando políticos podem mudar de partido para concorrer. Alckmin já anunciou sua intenção de disputar a Presidência da República e deverá enfrentar internamente o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que também quer concorrer ao cargo.
Questionado sobre a situação do senador Aécio Neves (MG), ex-presidente nacional da legenda denunciado na Lava Jato, o governador voltou a criticar o mineiro no episódio da destituição de Tasso Jereissati (PE) do comando interino da sigla. "O PSDB fez o que que tinha que fazer. Imediatamente pediu para que ele (Aécio) se afastasse da liderança, da presidência do partido. O pedido era que renunciasse. Ele se afastou, o senador Tasso Jereissati assumiu. Houve uma questão interna, que como Aécio apenas se licenciou, ele acabou voltando para não permitir que o Tasso continuasse. Erradamente, eu disse isso pela imprensa naquela época. Não devia ter feito isso. Aécio não faz mais parte da executiva e vai se defender, direito de se defender todos têm", afirmou Alckmin na entrevista.
Sobre o apoio ao vice-governador Marcio França (PSB) em uma eventual candidatura ao governo do Estado, ao mesmo tempo em que o PSDB também deve lançar um candidato próprio, Alckmin avaliou que o ideal seria que a coligação entre os dois partidos se mantivesse, mas, caso não seja possível, disse a aliança pode ser retomada em um eventual segundo turno. "É legitimo, é natural. Qualidades não lhe faltam. Mário Covas dizia que ele foi um dos melhores prefeitos de São Vicente. O ideal é que estejamos juntos e tem tempo para isso. Enquanto não vem a reforma política, temos que ter sempre pontes. Ideal é que mantivéssemos coligação, se não tivermos, para isso temos segundo turno."
Para Alckmin, a questão de uma eventual saída de João Doria (PSDB) da Prefeitura é de "foro íntimo". "De um lado é cedo você deixar a Prefeitura, no segundo mandato é mais natural do que no primeiro. Agora, de repente, a população pode entender que é uma alternativa para o governo do Estao. Doria é muito trabalhador, inteligente, preparado. Acho que ele vai tomar essa decisão mais próximo do tempo que é a primeira semana de abril", declarou o governador.
Ao falar sobre a influência da Lava Jato nas eleições do próximo ano, Alckmin afirmou que a operação mudou o Brasil e que o saldo é positivo, por causa do fortalecimento das instituições. Para ele, "ninguém vai segurar" a investigação. Disse ser otimista com relação ao futuro, porque o País está "vocacionado" a crescer, mas para isso precisa de um governo eficiente.
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