Sua
derrota ajudaria a resgatar um pouco de esperança
Nunca
uma eleição
foi tão crucial para os EUA, o mundo e o Brasil. A derrota de Trump é a
única opção para os que se preocupam com a democracia e o bem-estar da
civilização. Sua política criminosa de separar crianças de seus pais imigrantes
já seria motivo suficiente para desejar não só seu malogro como sua prisão por
crime de lesa-humanidade.
Mas
ele vai além, ao corroer a democracia aos poucos e por dentro, como cupim.
Trump desacredita eleições, regras e instituições. Mente e agride. Estimula
grupos racistas e milícias, investe na violência e no caos, semeia ódio.
Esticou a corda a tal ponto que se aventa a possibilidade de conflitos armados
nas ruas caso não vença. Quem diria, os EUA com vapores de república bananeira?
Um
segundo mandato do republicano teria o impacto de um meteoro para a democracia
nos EUA e fortaleceria projetos de ditadores mundo afora. Aqui, seria um reforço
colossal à pretendida reeleição do clone mal-ajambrado que ocupa o Planalto.
Em
se tratando de EUA, é verdade que não se deve ter grandes ilusões. Os
interesses norte-americanos já levaram o país a cometer barbaridades em
diferentes lugares e épocas: Hiroshima, Nagasaki, Vietnã, Iraque. No Brasil,
apoiaram o golpe de 1964 e em 2013, no governo Obama-Biden, estavam a nos
espionar, como revelou Edward
Snowden.
Portanto,
a eventual eleição de Joe Biden não significaria, em absoluto, a paz mundial.
Mas, se as pesquisas estiverem certas, o fracasso de Trump trará a restauração
de algum patamar de civilidade no ainda maior centro irradiador de poder do
planeta. O negacionismo científico, o racismo, a xenofobia e a aversão ao
multilateralismo deixariam a Casa Branca junto com ele.
Sua derrota ajudaria a resgatar um pouco de esperança num mundo ainda sob o impacto de um vírus terrível que —com a ajuda de governantes como ele— fez de 2020 um ano inimaginável. Para o Brasil, o fim da era Trump seria também o primeiro lance da queda de Bolsonaro daqui a dois anos. Ou, quem sabe, até antes.
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