sábado, 10 de setembro de 2022

João Gabriel de Lima* - Somos mais que uma piada de gravata

O Estado de S. Paulo

Precisamos participar das conversas sérias – e deixar de ser uma piada de gravata amarela

“Quem é o cavalheiro de gravata amarela entre os presidentes do Brasil e de Portugal, a ocupar lugar tão nobre no palanque do bicentenário?” Responder a perguntas sobre nosso país faz parte da rotina de quem mora fora do Brasil. Isso inclui identificar Luciano Hang na foto que viralizou no 7 de Setembro – e explicar como o “véio da Havan” se tornou um ícone fashion do bolsonarismo. “Tem piada”, disseram meus incrédulos amigos portugueses.

Portugal organizou vários eventos para celebrar o bicentenário do Brasil. Um tema apareceu de forma recorrente nas conversas sobre nosso futuro: a nova economia verde. As oportunidades na produção de energia eólica e solar perpassaram as mesas do Fórum Independência com Integração, que ocorreu nesta semana em Lisboa. Num evento anterior, a ex-ministra Marina Silva foi aplaudida de pé ao mostrar como a preservação ambiental se tornou causa transversal à esquerda e à direita.

Não é surpresa. O Brasil só costuma aparecer no noticiário internacional quando se fala em meio ambiente – em geral de forma negativa, por causa da explosão do desmatamento e das queimadas nos últimos anos. Lideranças indígenas e ambientalistas são entrevistadas o tempo todo nos canais alemães e franceses. Quem mora fora do Brasil sabe como este tema, mais que qualquer outro, influencia a imagem externa de nosso país.

A Universidade Columbia, em Nova York, abrigará nos dias 15 e 16 – quinta e sexta-feira próximas – o Brazil Climate Summit. “A ideia é mostrar que o Brasil pode ser um polo de soluções para a economia do futuro”, diz Marina Cançado, CEO do Future Carbon Group. Ela é uma das idealizadoras do evento e participa do minipodcast da semana ao lado de outros organizadores.

Um time de craques representará o Brasil na Universidade Columbia. De superexecutivos como Guilherme Leal a lideranças indígenas como Samela Awiá, protagonista no combate ao flagelo da mineração ilegal. De líderes do agronegócio sustentável, como Marcello Brito, a referências mundiais no cenário ESG – caso de Rodrigo Tavares, o estrategista de relações internacionais do governo Alckmin, que hoje atua na área de finanças sustentáveis à frente do Granito Group.

O mundo quer poucas coisas do Brasil. A principal delas, de longe, é que preservemos a floresta da qual depende a sobrevivência do planeta. Nossa única oportunidade de ter alguma relevância internacional é adquirir protagonismo nos debates sobre a nova economia verde. Precisamos participar das conversas sérias – e deixar de ser, aos olhos do mundo, apenas uma piada de gravata amarela. •

*Escritor, professor da Faap e doutorando em ciência política na Universidade de Lisboa

8 comentários:

Anônimo disse...

Coisa séria mesmo era um ladrão de nove dedos recebendo o título de doutor honoris causa nas universidades mundo afora, ele mal sabe ler , já disse que é preguiçoso que nunca tinha lido um livro inteiro, isso sim é coisa séria, o amigo de Chaves, de Fidel Castro , de Kadafi, os ditadores africanos,, isso sim é uma coisa muito séria
Vocês jornalistas perderam a noção da ética e da compostura vão passar vergonha junto com esse PT que idolatram o grande traidor da Pátria o Lula o ladrão, que assaltou a nação de dentro do Palácio do Planalto dizendo defender os brasileiros
Pode preparar a narrativa presidente reeleito

Anônimo disse...

Comentário mais impertinente, Lula agradece a divulgação eterna de seu nome. Isso só demonstra a certeza de sua vitória. É muito apelação e o medo da derrota está corroendo os adversários, pois sabem que contra o povo nada vai funcionar, pois este já decidiu e nada mudará seu voto. Bolsonaro teve a oportunidade e a deixou escapar quando resolveu seguir o script da maldade.

Anônimo disse...

Diante da ausência até dos líderes do Centrão e de qualquer autoridade respeitável nos comícios eleitorais disfarçados de cerimônias públicas do bicentenário, o Veio da Havan ocupou um espaço de destaque privilegiado por um presidente criminoso e sem vergonha! Os canalhas se locupletaram usando verbas públicas gastas supostamente "para comemorar nossa independência", mas não houve qualquer menção a isto no discurso do genocida, que só se autopromoveu com mentiras e baixarias impensáveis numa cerimônia pública respeitável.

Anônimo disse...

Se tantas grandes universidades do mundo todo deram título de doutor honoris causa a Lula é porque viram muita coisa boa nos seus governos e até na sua atuação internacional. Quantas destas deram alguma atenção a Bolsonaro? Só na Rússia e na Turquia Bolsonaro é tratado com algum respeito. Em todas as outras nações, Bolsonaro é visto e tratado como o lixo humano que é! Na África, Europa, América do Sul, do Norte, nenhum governo quer contato com Bolsonaro! Lula é respeitado em todas estas regiões e recebido como autoridade, mesmo não sendo mais. Mas vai voltar a ser em 2023!

Anônimo disse...

Pergunta correta: Quem é o canalha de gravata amarela entre o genocida e o presidente de Portugal?

Anônimo disse...

Pode xingar, espernear, esbravejar, o Lula ladrão nunca vai deixar de ser um traidor da Pátria que comandou o maior assalto aos cofres públicos da nação , de dentro do Palácio do Planalto , enquanto dizia defender os trabalhadores
O povo já não aceita mais mentiras e corrupção
O presidente vai ser reeleito, anota aí

ADEMAR AMANCIO disse...

Uma piada mesmo e de muito mau gosto.

Anônimo disse...

Realmente, "O povo já não aceita mais mentiras e corrupção". Por isto, a rejeição a Bolsonaro é gigantesca, e seu desespero é enorme.