DEU EM O GLOBO
Candidatos ao comando do partido no estado criticam atrelamento ao governo Cabral
Maiá Menezes e Ricardo Galhardo
RIO e SÃO PAULO. A candidatura própria do PT ao governo do Rio entrará em jogo quando cerca de 30 mil petistas começarem hoje a votar na sucessão do diretório estadual do partido. Em torno dos três principais candidatos ao cargo do atual presidente, Alberto Cantalice, há uma queda de braço entre dois grupos: os que defendem o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, como o nome do partido para a disputa estadual, e os que querem a manutenção da aliança com o PMDB e o apoio ao governador Sérgio Cabral.
Lindberg apoia dois dos três principais candidatos — Bismarck Alcântara e Lourival Casula — e vê na divisão do campo majoritário (Construindo um Novo Brasil, antiga Articulação) um trunfo. Os dois defendem a bandeira da candidatura própria. A ideia é tirar do páreo o deputado Luiz Sérgio, do grupo do atual presidente, fiador da aliança com o governador Cabral.
— Defendemos a aliança e queremos fortalecer a candidatura da (ministra) Dilma.
Não queremos que o PT seja federação de partidos regionais.
Entre o projeto do Lindberg e o projeto coletivo do Lula, estamos com o presidente — diz Cantalice.
Luiz Sérgio defende que o PT do Rio ajude a garantir a base do presidente Lula.
— Todo partido tem um objetivo: o poder. O PT chegou ao governo, o melhor da recente história do país. Defendo que toda a prática do partido esteja voltada para o objetivo de consolidar o maior leque possível de alianças para eleger a ministra Dilma — diz o deputado.
PT paulista se desarticula à espera da decisão de Ciro Bismarck Alcântara e Lourival Casula criticam a atual direção: — A gente tem um PT que está acéfalo, sem gestão política, administrativa, financeira. A militância está desanimada. Essa turma está aí há nove anos. Fica a reboque das decisões do governo (Cabral) e não participa do governo — diz Bismarck.
A expectativa é de que o resultado da votação saia na madrugada de segunda.
Em São Paulo, preocupada com a incerteza quanto à candidatura de Ciro Gomes (PSB) ao governo paulista, a direção do PT começa a rearticular candidaturas próprias. Semana passada a executiva local iniciou nova rodada de reuniões com pré-candidatos. O primeiro ouvido foi o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Os petistas querem evitar prévias, mas vão esperar Ciro até o início de 2010: — Nunca em sua história o PT-SP esteve tão desarmado— disse Renato Simões, da executiva nacional e candidato a presidente estadual.
Segundo ele, a espera da decisão de Ciro desarticulou o partido.
O presidente estadual do PT, Edinho Silva, candidato à reeleição, nega, mas pede prazo: — O ideal é que fosse agora, mas estamos no meio de um processo de ouvir lideranças e aliados. A definição vai afunilar no ano que vem.
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
domingo, 22 de novembro de 2009
Eleição de diretório petista define futuro da candidatura de Lindberg
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