quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Rosemary tinha atuação criticada até por Dilma

Poder da ex-chefe de gabinete da Presidência ia além das agências reguladoras, incomodando muita gente no governo

BRASÍLIA - No guarda-chuva do ex-presidente Lula, a ex-secretária particular e depois chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha se associou a grupos poderosos no PT, e alçou voo incomodando muita gente dentro do governo, inclusive a presidente Dilma Rousseff. Segundo interlocutores do partido, os tentáculos da chefe de gabinete da Presidência da República iam além das agências reguladoras identificadas pela Operação Porto Seguro.

Rosemary teria tentado influenciar em indicações e cargos da cúpula do Banco do Brasil. No BB, ela teria operado em dobradinha com o ex-vice-presidente da área de governo Ricardo Oliveira em disputa de indicações para diretorias do banco com governadores petistas. Rose era muito próxima também do atual presidente do BB Aldemir Bendine.

Quando Lula resolveu criar o escritório da Presidência, em São Paulo, Bendine ajudou a providenciar as instalações e o local escolhido foi num andar do prédio do Banco do Brasil. A relação de Rosemary, Ricardo Oliveira e Bendine, segundo alguns petistas, começaram a ficar estremecidas no início deste ano, quando foi deflagrada uma guerra interna no banco, com o vazamento de dossiês que acabaram resvalando no atual presidente do BB.

Oliveira e Rosemary teriam se aliado para tentar aumentar seus poderes na instituição. Irritada com o episódio que ameaçava comprometer o desempenho do banco, a presidente Dilma Rousseff chegou a cogitar, na época, demitir todos os envolvidos na briga.

Ricardo Oliveira acabou sendo demitido e para o seu lugar foi o ex-senador César Borges, com o aval do governador Jaques Wagner, numa operação da presidente Dilma para acomodar o PR do senador Alfredo Nascimento (AM), que ameaçava romper com o governo.

Numa disputa direta com o governador baiano, ainda na gestão de Ricardo Oliveira, Rosemary estaria patrocinando a manutenção de José Luiz Salinas na vice-presidência de Tecnologia da Informação do BB. Mas Jaques Wagner defendia a indicação de outro baiano, Geraldo Dezena, técnico de carreira do banco. Rosemary e Oliveira perderam, e Dilma nomeou Dezena.

Fonte: Jornal do Commercio  (PE)

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