Fernando Gallo
A procuradora responsável pela Operação Porto Seguro no Ministério Público Federal,
Suzana Fairbanks, afirmou ontem que, a depender das provas colhidas pela
polícia durante as apreensões feitas na última sexta-feira, poderá pedir a
prisão da ex-chefe de gabinete de Presidência Rosemary Nóvoa de Noronha.
"De acordo com a necessidade a gente vai avaliar essa necessidade da
prisão cautelar. Há possibilidade", afirmou, sem dizer mais por se tratar
de um "adiantamento de estratégia".
Segundo Suzana, apenas o sigilo dos e-mails de Rose foi pedido pela - e
deferido pela Justiça. Não houve pedido de quebra do sigilo telefônico porque,
segundo ela, os fatos mais relevantes investigados eram "pretéritos"
- referiam-se aos anos de 2009 e 2010 - e, não havendo "atualidade da
conduta" não havia necessidade de interceptações.
Além disso, disse a procuradora, a equipe que cuida do caso era pequena e a
descoberta da influência de Rose se deu nos últimos quatro meses da
investigação, que já tinha um "timing" para ser deflagrada.
A procuradora afirmou que Rose "era uma peça muito importante" no
esquema, e que ela tinha "trânsito livre no governo federal. "Ela
tinha essa intimidade até de convívio social por festas, eventos. Vivia naquele
mundo. Com base no cargo praticava tráfico de influencia e corrupção".
Suzana afirmou acreditar que Rose tenha movimentado "mais prestígio do
que dinheiro" e declarou que a denúncia da Procuradoria deve ser entregue
à Justiça ainda este ano.
Suzana informou ainda que enviará à Procuradoria Geral de República material
para possível investigação dos deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Sandro
Mabel (PMDB-GO). Ela contudo, não informou o conteúdo dele porque parte dos
autos continua sob sigilo judicial.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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