Por: Fábio Matos - Assessoria do parlamentar
O deputado Roberto Freire (SP), presidente nacional da Mobilização Democrática (MD), foi o entrevistado da TV Estadão e falou sobre o novo partido e as eleições de 2014. Ele também qualificou projeto de lei que seguirá para o Senado como ‘golpe’; para 2014, tendência é de apoio a Eduardo Campos
Em entrevista à TV Estadão, o deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional da Mobilização Democrática (MD), afirmou que o projeto de lei que limita o acesso de novas legendas aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, apoiado por PT, PMDB e grande parte da base governista, serviu para unir as oposições com vistas à sucessão de 2014.
“Isso ajudou a oposição a ter uma unidade maior agora. Vai nos ajudar no processo sucessório”, disse o deputado ao analisar a reação de partidos como PSDB, PSB, PV e PSOL, além do próprio MD, contra a iniciativa governista que atinge possíveis futuras agremiações como a Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva, e o Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
“Nós estamos ultimando uma longa batalha. Mostramos para a sociedade o golpismo e o casuísmo, a violência que se estava cometendo contra a liberdade partidária no país”, afirmou Freire, que qualificou o projeto de lei como “uma violência inaudita própria das ditaduras, não de um regime democrático” e um “golpe nas oposições”.
Para o presidente nacional do MD, as chances de a iniciativa do governo prosperar no Senado Federal são menores, principalmente porque a proposta já começa a ser questionada por parlamentares do próprio PT, como os senadores Wellington Dias (PI), Jorge Viana (AC) e Paulo Paim (RS). “No Senado, a oposição é um pouco maior. E alguns senadores do próprio PT começam a ter uma posição desconfortável em apoiar o projeto contra as oposições”, diz.
Em relação à disputa eleitoral de 2014, Roberto Freire sinaliza a tendência do MD de apoiar a possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), mas não descarta outras possibilidades no campo da oposição. “O partido tende a um apoio à candidatura de Eduardo Campos, mas não está excluída a possibilidade de Aécio Neves ou de Marina Silva. Vai depender do processo”, aponta.
“Se fosse continuar PPS, eu poderia dizer que estava encaminhado o apoio a Eduardo Campos”, continuou Freire. “Mas houve setores de apoio a Aécio e Marina, e isso continua. Agora veio o PMN, que sei que é oposição, mas qual seria a sua primeira opção [em termos de candidatura] eu ainda não sei.”
O presidente do MD elogiou a postura de Campos e afirmou que, caso o governador pernambucano se firme como uma “alternativa” à gestão de Dilma Rousseff, “talvez seja a candidatura com a melhor condição de derrotar o governo”.
Sobre Marina Silva, Freire lembrou que o PPS havia convidado a ex-ministra para ingressar no partido antes que ela anunciasse sua intenção de criar uma nova legenda. “O PPS tinha oferecido à Marina se integrar, inclusive em um congresso que nós tínhamos convocado. Ela fez a opção pela Rede. Se isso não funcionar e ela quiser vir, o partido está aberto. E teremos de fazer um debate interno. Mas já dissemos, inclusive à própria Marina, sobre essa possibilidade”, afirmou.
O parlamentar também falou sobre a criação do MD, a partir da fusão entre PPS e PMN, e do objetivo do partido de se tornar um dos protagonistas do debate político brasileiro. “É um partido de esquerda. Vem de origem do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), veio o PPS e, agora, MD. Quando o PCB mudou, já tinha a ideia de buscar uma nova formação para integrar todas as forças democráticas e do campo da esquerda”, destacou Freire. “Estávamos discutindo a fusão há algum tempo. A ideia era que pudéssemos atrair aqueles insatisfeitos em seus partidos ou que acreditassem que o MD fornecesse melhores perspectivas.”
O deputado preferiu, entretanto, não estipular uma meta de quantos parlamentares podem se incorporar à legenda. “Eu teria uma cautela grande para dizer quantos vêm. Seria precipitado. Mas é possível que construamos um partido de médio porte no Brasil”, avalia.
Fonte: Portal dos MDemocráticos
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