Produtor de cana-de-açúcar recebe ajuda
Governo reduz carga tributária e oferece crédito para o setor sucroalcooleiro. Mas ninguém garante que o preço vai cair
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff disse ontem que o governo tem que ajudar os produtores de cana-de-açúcar para fortalecer o setor do etanol. O governo anunciou ontem um pacote de incentivos para o segmento, com linhas de crédito subsidiadas e desoneração fiscal. Segundo ela, o setor tem capacidade para exportar o produto. Mas nem a presidente nem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, quiseram se comprometer com a redução do preço do etanol nas bombas.
Foram liberadas linhas de crédito para produção e estocagem no valor de R$ 6 bilhões. Além disso, os produtores terão direito a um crédito de PIS-Cofins para reduzir a carga tributária do setor. Segundo o ministro, equivalerá a zerar o imposto, que corresponde a R$ 0,12 por litro.
Mas ninguém arriscou dizer que o preço vai cair. "Olha, eu não creio que seja uma decisão que eu possa tomar aqui. Eu chego e digo aqui para vocês: ‘Olha, o preço vai ser assim ou assado’. Tem de ver como está o mercado, eu não tenho como adiantar para vocês", afirmou a presidente. "O aumento da mistura vai reduzir o preço da gasolina. O primeiro passo é esse", completou.
Em relação ao preço do etanol, o objetivo principal é viabilizar as condições para que o setor faça mais investimentos. "Não quer dizer necessariamente que o setor vai repassar para o preço. Ele deverá repassar uma parte para o preço, dependendo das condições, e o resto é para ele poder ampliar a produção, que é o que nos interessa. Estamos muito aquém das nossas necessidades. O setor precisa expandir muito a sua produção e ele só o fará se obtiver condições", disse a presidente.
Já Guido Mantega destacou que, ao elevar a oferta, o preço cai: "O que nós estamos condicionando ao setor é que ele aumente os investimentos, a produção e a oferta, porque, ao aumentar a oferta, o preço vai ser reduzido. A tendência é reduzir preço a partir de mais oferta."
Como a safra deste ano foi maior, Dilma confirmou o aumento da participação do etanol na mistura com a gasolina de 20% para 25% como forma de regular o setor.
Para ela, mais importante é dar ao consumidor a opção de encher ou não o tanque com etanol.
"Às vezes o preço compensa e às vezes não compensa. O fato de ser flexível é que justifica, hoje, nós termos, hoje, dado um passo em direção à estabilidade desse setor. Quando nós, nos anos 80, usávamos carro a álcool eles eram inflexíveis. Ou era álcool ou não era nada."
A presidente destacou que o setor deverá ter dupla função: produzir para o mercado interno e exportar para o mercado internacional.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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