Tucano critica a má execução dos projetos federais de infraestrutura e se opõe a Alckmin na defesa da Zona Franca
Em contraposição à presidente Dilma Rousseff, que disse ser um “absurdo” paralisar obras, como o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou esta semana, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), acusou ontem o governo federal de ser o responsável pelas deficiências apontadas por técnicos e ministros da corte de fiscalização. Para Aécio — que cumpriu agenda política em Manaus, cidade governada pelo tucano Arthur Virgílio Neto —, a gestão petista não tem “planejamento nem capacidade de execução” de projetos.
“O Brasil é um cemitério de obras inacabadas não por culpa do TCU, mas da ausência de planejamento, de projetos que não são feitos adequadamente”, atacou. Na quinta-feira, o TCU recomendou ao Congresso a paralisação de sete das 136 obras fiscalizadas em 2013 por indícios de irregularidades graves, como sobrepreço, superfaturamento e erros na execução do projeto básico.
Para sustentar a crítica, Aécio listou obras inacabadas da gestão petista, como a transposição do Rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. “(A transposição) foi orçada em R$ 3,5 bilhões, já se gastou R$ 4 bilhões, e não se sabe quando vai ser entregue”, disse. No mês passado, o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, disse que a previsão para concluir a megaobra é o fim de 2015. Em 2006, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que as águas do São Francisco estariam irrigando o sertão nordestino em 2010.
“O PT quer nos fazer crer que é natural planejar uma obra, apresentar um projeto absolutamente distante daquilo que vai ser executado. A paralisação dessas obras é fruto, na minha avaliação, da incapacidade de gerenciar do governo”, atacou o tucano, ao lado do prefeito Arthur Virgílio Neto.
Aécio criticou mais uma vez as “privatizações atabalhoadas” do governo federal. “O PT passou 10 anos demonizando as privatizações, as concessões e as parcerias com o setor privado. E curva-se a ela no final do governo, mas de forma atabalhoada, apressada, e isso tem custado caro ao Brasil”, se referindo, principalmente, ao leilão do primeiro campo do pré-sal.
Benefícios fiscais
Aécio foi a Manaus participar da comemoração dos 35 anos de vida pública de Arthur Virgílio Neto. O ato é um afago ao prefeito, que está incomodado com algumas lideranças do partido — em especial, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin — que defendem mudanças nas regras da Zona Franca de Manaus. Assim, Aécio tenta garantir palanque no Amazonas para 2014.
Perguntado sobre o apoio do PSDB às isenções de impostos que beneficiam a Zona Franca, Aécio se disse favorável à manutenção dos benefícios fiscais. “Temos que respeitar essas posições individuais, mas a posição do PSDB, com todo respeito que eu tenho ao governo Geraldo Alckmin, o consenso do partido e de setores importantes do PSDB de São Paulo é o de fortalecer a Zona Franca. Vamos votar pela prorrogação dos incentivos e, mais do que isso, que ela se fortaleça e vire um polo exportador importante”, disse o senador.
Fonte: Correio Braziliense
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