• Gilmar Mendes se reúne com Cunha e nega ter conversado sobre Lava-Jato
Catarina Alencastro e Carolina Brígido – O Globo
BRASÍLIA - O ministro Dias Toffoli foi recebido em audiência pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, um dia depois de decidir passar a integrar a Segunda Turma do Supremo, que julgará a maior parte da Lava-Jato. O encontro durou uma hora e meia, com a presença dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
Dilma e Toffoli negaram que o tema da conversa, marcada de última hora, tenha sido a Lava-Jato. Os dois disseram que o encontro discutiu a proposta de Toffoli de criar o Registro Civil Nacional.
No Acre, Dilma explicou:
- Porque hoje era o dia que eu podia e ele podia. Eu podia, mas quase que não podia, porque eu vinha para cá. Mas, como tem duas horas de fuso, fiz a reunião com o ministro Toffoli.
A reunião não estava prevista até a noite de terça-feira, quando foi divulgada a agenda da presidente. Toffoli disse que foi coincidência o encontro entrar na agenda de Dilma ontem. A assessoria do ministro divulgou o ofício de 18 de dezembro em que ele pediu audiência.
Toffoli disse que decidiu mudar da Primeira Turma do STF para a Segunda Turma em resposta ao apelo de colegas. Lá, ele participará do julgamento de 21 dos 25 inquéritos da Lava-Jato. A partir de maio, caberá a ele presidir a Segunda Turma e pautar o julgamento dos processos. Até maio, a presidência permanecerá com Teori Zavascki, que também é o relator dos inquéritos.
- Na medida em que o (ministro) mais antigo não expressou a vontade de ir, eu, como segundo mais antigo, me expressei nesse sentido - disse Toffoli, explicando a motivação para a mudança.
Toffoli reagiu às críticas de que sua mudança para a Segunda Turma tem viés político:
- São críticas naturais, assim como, quando vim para o Supremo, houve críticas. No julgamento da ação penal 470 (mensalão) e na presidência do TSE, ficou bastante claro que minha atuação é totalmente imparcial.
Ontem, o ministro Gilmar Mendes, do STF, reuniu-se com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está na lista da Lava-Jato. Gilmar negou que o assunto tenha sido Lava-Jato. Segundo ele, o tema foram projetos apresentados na época do Pacto Republicano. Logo depois que Gilmar deixou o gabinete, Renan Calheiros e Fernando Collor, que também estão na lista dos investigados, foram ao gabinete de Cunha.
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