• Somados os resultados do primeiro e segundo turnos, tucanos vão administrar a partir do ano que vem 803 municípios, que reúnem 23,9% do eleitorado brasileiro
Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Duarte, Fabiana Cambricoli - O Estado de S. Paulo
O PSDB saiu do segundo turno como o maior vencedor da eleição municipal de 2016, se o critério observado for o número de eleitores que cada partido vai governar. Em seu conjunto, os prefeitos do partido vão administrar cidades que abrigam 23,9% do eleitorado - ou seja, para cada quatro eleitores, um será governado por um tucano.
Em relação à eleição de 2012, a faixa do eleitorado governada por tucanos quase dobrou - era de 13,1%. Já a parcela governada pelo PT, principal antagonista do PSDB, desabou de 19,9% para 2,9%.
A fatia alcançada pelos tucanos é a maior desde 2004, o primeiro ano para o qual o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga dados de resultado eleitorais digitalizados. O recorde anterior pertencia ao PMDB, que em 2008 venceu em municípios que abrigavam 22,1% do eleitorado da época.
No primeiro turno, o PSDB venceu em 789 cidades, que concentravam 26,8 milhões de eleitores. Na segunda rodada da eleição, foram 14 cidades a mais, com eleitorado de 7,6 milhões, chegando ao total de 34,4 milhões.
A principal causa do salto tucano foi a vitória na cidade de São Paulo, que concentra 26% dos eleitores que serão governados pelo partido. João Dória, novato na política, venceu no primeiro turno com 53,3% dos votos válidos e vai suceder o petista Fernando Haddad a partir de janeiro do ano que vem.
Neste domingo, 30, a maior cidade conquistada por um tucano foi Manaus, onde Artur Virgílio Neto conseguiu se reeleger, com 56% dos votos válidos.
O PMDB teve o segundo melhor desempenho: vai governar 20,5 milhões de eleitores a partir do ano que vem, o equivalente a 14,2% do total. O partido do presidente Michel Temer só ficou à frente do PSDB no quesito número de prefeituras conquistadas: foram 1.037 contra 803.
No segundo turno, candidatos peemedebistas venceram em 9 municípios, que concentram 12% do eleitorado em disputa (cerca de 33 milhões).
Refluxo. A onda antipetista, que já havia se manifestado no primeiro turno, voltou a demonstrar sua força neste domingo, 30. Todos os sete candidatos do PT que haviam conseguido se classificar para a segunda rodada acabaram perdendo.
A derrota petista mais significativa se deu em Santo André, onde Paulo Serra (PSDB) derrotou Carlos Grana (PT), candidato à reeleição, por 78% a 22%.
O PT também amargou derrota significativa em Mauá, outra cidade da região do ABC paulista que integrava o chamado cinturão vermelho, grupo de municípios da região metropolitana que costumava ter maioria de eleitores petistas. O atual prefeito Donisete Braga (PT) foi derrotado por Átila Jacomussi (PSB), por 65% a 35%.
Com os resultados, o PT foi praticamente varrido do chamado clube do segundo turno, o conjunto das 92 cidades que têm 200 mil eleitores ou mais. Nesse conjunto, que abriga 38% do eleitorado do País, o único representante petista a partir do ano que vem será o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, reeleito já no primeiro turno com 55% dos votos válidos.
Graças à vitória no Rio de Janeiro, com Marcelo Crivella, o PRB ficará na segunda colocação, em número de eleitores governados, no clube do segundo turno, atrás do PSDB e à frente do PMDB.
Pequenos. Partidos nanicos obtiveram um avanço inédito no grupo das 92 maiores cidades do País. Somados, eles venceram em 18 desses municípios, e vão governar 7,4 milhões de eleitores. Os maiores destaques foram as vitórias de Alexandre Kalil (PHS), em Belo Horizonte, e Rafael Greca (PMN).
O avanço dos nanicos consolidou o fenômeno da dispersão partidária, que já havia sido recorde no primeiro turno.
No total, políticos de 31 partidos vão administrar pelo menos uma prefeitura a partir de 2017. Apenas quatro das legendas registradas não venceram em nenhum município
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