domingo, 27 de abril de 2025

Márcio França é o mais cotado por Lula para o governo de SP

Geovani Bucci / O Estado de S. Paulo

Nome do ministro ganha força por falta de acenos de Alckmin e recados de Haddad de que não pretende concorrer ao cargo

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), é o nome mais provável para concorrer ao Executivo estadual nas eleições de 2026 pelo campo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aliados de Lula ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmaram que uma eventual candidatura do pessebista foi vista com bons olhos em um jantar com deputados petistas em Brasília, há um mês, aproximadamente.

França se mostra disposto a concorrer e acredita que há chances de vencer, principalmente se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) escolher disputar a Presidência. Nesse caso, a oposição trabalha com a possibilidade de o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), ser o candidato governista.

Ontem, durante evento do PSB em São Paulo, o ministro reforçou o movimento para 2026, mas disse que aguarda um aval de Lula. “Sou ministro e estou aguardando o presidente, como ele enxerga o quadro. Mas o desejo de disputar a eleição eu tenho”, declarou.

Aprovado por 61% e avaliado como ótimo ou bom por 41%, segundo Datafolha de 10 de abril, Tarcísio é visto como um nome forte demais se os planos atuais do governador forem mantidos e ele buscar a reeleição. No entanto, o cálculo da oposição é o de que Lula vai precisar de um palanque em São Paulo para vencer o próximo pleito novamente. Por sua vez, o ministro estaria disposto a encarar a missão.

O levantamento do instituto também mostrou que o vice-presidente da República e ex-governador, Geraldo Alckmin (PSB), é o nome mais competitivo contra Tarcísio e aparece em primeiro lugar num cenário sem o governador na disputa. Mas há dois empecilhos: a falta de sinalizações do desejo de Alckmin de concorrer e a sua eventual retirada da chapa presidencial ser vista como “desprestígio” para seu nome e para o seu partido, o PSB, fiéis a Lula.

EFEITO HADDAD. Para pessebistas e petistas ouvidos pela reportagem, o êxito eleitoral do presidente em 2022 se deu também em razão do resultado de Fernando Haddad (PT) na disputa ao governo estadual. Mesmo derrotado, o ministro da Fazenda conquistou o melhor desempenho obtido pelo PT ao concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Naquele segundo turno, Lula teve 44,76% dos votos e Haddad, 44,73%.

Entretanto, Haddad não demonstra interesse em concorrer em 2026. Além disso, a projeção nacional proporcionada pelo Ministério da Fazenda faz dele um nome mais cotado para a Presidência na hipótese de Lula ficar fora do pleito.

Dentro do PT, outros dois nomes surgiram na disputa ao governo paulista: os dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho). Ambos já tentaram se eleger para o Executivo estadual, mas seus resultados ficaram aquém do esperado. Padilha terminou a eleição de 2014 em terceiro lugar, com 18,22%, e Marinho ficou em quarto em 2018, com 12,66%.

Apesar de os dois nomes serem ventilados, ambas as possibilidades são consideradas mais remotas. Segundo interlocutores, Padilha afirmou que não será candidato em 2026. O motivo seria o fato de que o petista acabou de assumir o Ministério da Saúde e não faria sentido ele deixara pasta com apenas um ano de trabalho – a Lei Complementarn.º 64/1990 determina que a desincompatibilização deva ocorrer até seis meses antes do pleito.

Já Marinho, segundo aliados, não quer ser candidato ao governo “de jeito nenhum”.

 

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