Geovani Bucci / O Estado de S. Paulo
Nome do ministro ganha força por falta de
acenos de Alckmin e recados de Haddad de que não pretende concorrer ao cargo
O ministro do Empreendedorismo, da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e ex-governador de São Paulo, Márcio
França (PSB), é o nome mais provável para concorrer ao Executivo estadual nas
eleições de 2026 pelo campo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aliados de Lula ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmaram que uma eventual
candidatura do pessebista foi vista com bons olhos em um jantar com deputados
petistas em Brasília, há um mês, aproximadamente.
França se mostra disposto a concorrer e
acredita que há chances de vencer, principalmente se o governador Tarcísio de
Freitas (Republicanos) escolher disputar a Presidência. Nesse caso, a oposição
trabalha com a possibilidade de o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes
(MDB), ser o candidato governista.
Ontem, durante evento do PSB em São Paulo, o
ministro reforçou o movimento para 2026, mas disse que aguarda um aval de Lula.
“Sou ministro e estou aguardando o presidente, como ele enxerga o quadro. Mas o
desejo de disputar a eleição eu tenho”, declarou.
Aprovado por 61% e avaliado como ótimo ou bom por 41%, segundo Datafolha de 10 de abril, Tarcísio é visto como um nome forte demais se os planos atuais do governador forem mantidos e ele buscar a reeleição. No entanto, o cálculo da oposição é o de que Lula vai precisar de um palanque em São Paulo para vencer o próximo pleito novamente. Por sua vez, o ministro estaria disposto a encarar a missão.
O levantamento do instituto também mostrou
que o vice-presidente da República e ex-governador, Geraldo Alckmin (PSB), é o
nome mais competitivo contra Tarcísio e aparece em primeiro lugar num cenário
sem o governador na disputa. Mas há dois empecilhos: a falta de sinalizações do
desejo de Alckmin de concorrer e a sua eventual retirada da chapa presidencial
ser vista como “desprestígio” para seu nome e para o seu partido, o PSB, fiéis
a Lula.
EFEITO HADDAD. Para pessebistas e petistas
ouvidos pela reportagem, o êxito eleitoral do presidente em 2022 se deu também
em razão do resultado de Fernando Haddad (PT) na disputa ao governo estadual.
Mesmo derrotado, o ministro da Fazenda conquistou o melhor desempenho obtido
pelo PT ao concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Naquele segundo turno, Lula
teve 44,76% dos votos e Haddad, 44,73%.
Entretanto, Haddad não demonstra interesse em
concorrer em 2026. Além disso, a projeção nacional proporcionada pelo
Ministério da Fazenda faz dele um nome mais cotado para a Presidência na
hipótese de Lula ficar fora do pleito.
Dentro do PT, outros dois nomes surgiram na
disputa ao governo paulista: os dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz
Marinho (Trabalho). Ambos já tentaram se eleger para o Executivo estadual, mas
seus resultados ficaram aquém do esperado. Padilha terminou a eleição de 2014
em terceiro lugar, com 18,22%, e Marinho ficou em quarto em 2018, com 12,66%.
Apesar de os dois nomes serem ventilados,
ambas as possibilidades são consideradas mais remotas. Segundo interlocutores,
Padilha afirmou que não será candidato em 2026. O motivo seria o fato de que o
petista acabou de assumir o Ministério da Saúde e não faria sentido ele deixara
pasta com apenas um ano de trabalho – a Lei Complementarn.º 64/1990 determina
que a desincompatibilização deva ocorrer até seis meses antes do pleito.
Já Marinho, segundo aliados, não quer ser
candidato ao governo “de jeito nenhum”.
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