Valor Econômico
Pesquisas da Genial/Quaest e do Datafolha
feitas na semana passada indicam que o poder de fogo dessa arma talvez seja
mais fraco do que se supunha
A pressão popular é uma das poucas armas na mão que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem para tentar a restauração de seus direitos políticos e evitar ir para a cadeia, caso seja condenado no processo por golpismo a que responde. As pesquisas da Genial/Quaest e do Datafolha feitas na semana passada indicam que o poder de fogo dessa arma talvez seja mais fraco do que se supunha, em que pese as imagens da Avenida Paulista no último domingo (6).
O mesmo percentual — 56% — foi registrado
pelas duas pesquisas em perguntas diferentes. A Quaest indagou
se os presos por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023 deveriam continuar
presos. A maioria disse que sim. O Datafolha perguntou
se o pesquisado era contra a anistia aos
envolvidos. A maioria disse que não.
O Datafolha já havia feito esse levantamento
um ano atrás, em 21 de março de 2024. A anistia ganhou fôlego desde então, já
que o total contrário era de 63%. É um avanço claramente inconsistente com um
quadro de pressão popular que movesse o Centrão para uma posição a favor do projeto,
em um contexto em que Câmara e Senado ainda dependem da sanção presidencial ao
Orçamento para empenhar novas emendas
parlamentares e de diálogo com o Supremo Tribunal Federal
(STF) para que
esse empenho não encontre dificuldades.
A multidão na avenida Paulista mostra que Bolsonaro tem capacidade de mobilizar sua base. Mas mobilização de base é diferente de capturar a maioria silenciosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário