Valéria de Oliveira
DEU NO PORTAL DO PPS
De todas as faces da crise pela qual passa o mundo, aquela que arrasta o ser humano para o desemprego é, sem dúvida, a mais cruel. Mais de 50 milhões de pessoas passaram a amargar ou amargarão essa realidade, no mundo, desde o início do fenômeno que atingiu o sistema capitalista. Números, finanças, balanços, PIBs, estatísticas, nada disso se compara ao desespero de um pai ou de uma mãe, arrancados do trabalho de onde tiravam o sustento próprio e dos filhos. Ou à desilusão de um jovem, cujos sonhos foram interrompidos por um aviso de demissão. Este triste 1º de maio é momento de reflexão.
Perspectivas sombrias no horizonte de três milhões de trabalhadores brasileiros que estão desempregados nas principais cidades do país é o quadro deste dia, no qual está prevista, no calendário, uma comemoração. "Quem já passou pela situação de estar desempregado sabe do que estamos falando", diz o sindicalista Davi Zaia, deputado estadual de São Paulo. "Insegurança, deterioração das relações familiares, falta de perspectivas, problemas psicológicos e aumento do consumo de álcool e drogas estão entre os efeitos do desemprego", especifica.
Sem o trabalho, com o qual sustenta a família, o trabalhador não tem o que comemorar no 1º de maio, diz o presidente do PPS, Roberto Freire. "Ou o desemprego já chegou na casa dele ou está na antesala, por causa dessa crise que penaliza trabalhadores e poupa banqueiros, embora o presidente da República tenha sido um operário e prometido que iria governar para os mais necessitados", afirma.
São os trabalhadores, diz Freire, que estão pagando a conta da crise. O ex-senador lembra que o desemprego aumentou de 13,9% em fevereiro para 15,1% em março, segundo dados do Dieese. "O número de desempregados subiu de 254 mil em março de 2008 para mais de três milhões em 2009; quanto os bancos perderam? Quanto deixaram de ganhar? Só se vê, no Brasil, banqueiro sorrindo", protestou. Em São Paulo, o número de desempregados atingiu 1,551 milhão em março (14,9%), um recorde na série histórica.
Retração
Apesar de o governo propalar otimismo, a situação do Brasil na crise não é boa. O FMI (Fundo Monetário Internacional) reviu suas expectativas para a economia do país, prevendo um desempenho negativo de 1,3% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2009. Zaia assinala que as indústrias que dependem de exportações e crédito "vêm sendo particularmente afetadas, segundo estudo do Banco Mundial, em decorrência do baixo preço das commodities e da forte retração do comércio mundial, que deverá sofrer uma redução de 2,1% neste ano", analisa o deputado e sindicalista de São Paulo.
Todos esses indicadores prejudicam os trabalhadores com os patrões. "A manutenção do emprego vem primeiro, antes dos aumentos reais de salário, e há setores que admitem reduzir os salários em troca da de estabilidade no emprego".
Zaia defende queda de juros mais acentuada e a realização de um maior número de reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) para acelerar esse processo. Outra medida, segundo ele, deveria ser a redução do spread bancário para baratear os juros para o tomador de empréstimos.
DEU NO PORTAL DO PPS
De todas as faces da crise pela qual passa o mundo, aquela que arrasta o ser humano para o desemprego é, sem dúvida, a mais cruel. Mais de 50 milhões de pessoas passaram a amargar ou amargarão essa realidade, no mundo, desde o início do fenômeno que atingiu o sistema capitalista. Números, finanças, balanços, PIBs, estatísticas, nada disso se compara ao desespero de um pai ou de uma mãe, arrancados do trabalho de onde tiravam o sustento próprio e dos filhos. Ou à desilusão de um jovem, cujos sonhos foram interrompidos por um aviso de demissão. Este triste 1º de maio é momento de reflexão.
Perspectivas sombrias no horizonte de três milhões de trabalhadores brasileiros que estão desempregados nas principais cidades do país é o quadro deste dia, no qual está prevista, no calendário, uma comemoração. "Quem já passou pela situação de estar desempregado sabe do que estamos falando", diz o sindicalista Davi Zaia, deputado estadual de São Paulo. "Insegurança, deterioração das relações familiares, falta de perspectivas, problemas psicológicos e aumento do consumo de álcool e drogas estão entre os efeitos do desemprego", especifica.
Sem o trabalho, com o qual sustenta a família, o trabalhador não tem o que comemorar no 1º de maio, diz o presidente do PPS, Roberto Freire. "Ou o desemprego já chegou na casa dele ou está na antesala, por causa dessa crise que penaliza trabalhadores e poupa banqueiros, embora o presidente da República tenha sido um operário e prometido que iria governar para os mais necessitados", afirma.
São os trabalhadores, diz Freire, que estão pagando a conta da crise. O ex-senador lembra que o desemprego aumentou de 13,9% em fevereiro para 15,1% em março, segundo dados do Dieese. "O número de desempregados subiu de 254 mil em março de 2008 para mais de três milhões em 2009; quanto os bancos perderam? Quanto deixaram de ganhar? Só se vê, no Brasil, banqueiro sorrindo", protestou. Em São Paulo, o número de desempregados atingiu 1,551 milhão em março (14,9%), um recorde na série histórica.
Retração
Apesar de o governo propalar otimismo, a situação do Brasil na crise não é boa. O FMI (Fundo Monetário Internacional) reviu suas expectativas para a economia do país, prevendo um desempenho negativo de 1,3% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2009. Zaia assinala que as indústrias que dependem de exportações e crédito "vêm sendo particularmente afetadas, segundo estudo do Banco Mundial, em decorrência do baixo preço das commodities e da forte retração do comércio mundial, que deverá sofrer uma redução de 2,1% neste ano", analisa o deputado e sindicalista de São Paulo.
Todos esses indicadores prejudicam os trabalhadores com os patrões. "A manutenção do emprego vem primeiro, antes dos aumentos reais de salário, e há setores que admitem reduzir os salários em troca da de estabilidade no emprego".
Zaia defende queda de juros mais acentuada e a realização de um maior número de reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) para acelerar esse processo. Outra medida, segundo ele, deveria ser a redução do spread bancário para baratear os juros para o tomador de empréstimos.
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