Nada mais nada menos que 14 dos 20 maiores aeroportos brasileiros operam acima da capacidade; os de Maceió, Natal e Manaus são considerados críticos; e nove dos 12 em cidades onde haverá jogos não devem ficar prontos até a Copa de 2014 se mantido o tempo médio das obras até aqui. A coisa está feia. E, depois da Copa, vem a Olimpíada no Rio, em 2016.
"Constata-se uma situação preocupante, uma vez que os prazos estimados pela Infraero dificilmente serão cumpridos", diz nota técnica distribuída ontem pelo respeitável Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.
Ok, o número de passageiros decolou, acelerou, voou alto e já supera o dos que viajam de ônibus. Isso explica, não justifica. A verdade é que os investimentos são poucos e mal utilizados, as obras vão a passos de tartaruga, não há compromisso com prazos, com o usuário brasileiro, com as levas de turistas que virão para a Copa. Nem com a imagem do Brasil.
Quem viaja muito sabe do que o Ipea está falando. Aviões rondando as pistas para entrar na fila de pouso, séculos de espera para táxis, um exercício de paciência para quem opera e para quem usa o sistema. E estamos falando apenas da questão da infraestrutura. O controle de tráfego aéreo? É bom rezar.
Afora os aeroportos, há ainda problemas com hotéis, transportes, treinamento, qualidade dos serviços. Ah, sim, e com os estádios!
A Fifa já deu um grito (apesar do recuo desta semana, baseado em "informes positivos" do governo brasileiro), o Ipea alerta com dados concretos, e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, concorda com tudo usando o mesmo termo do instituto: "preocupante".
Se eles que são governo ou estão envolvidos diretamente com a Copa dizem tudo assim na cara limpa, quem somos nós para discordar? Então, é isso aí: preocupante.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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