O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem que a votação do plebiscito para fazer uma reforma política valer para as eleições de 2014 é “absolutamente inviável” do ponto de vista prático e uma matéria “diversionista” do governo Dilma Rousseff.
“A presidente da República quer dizer aos brasileiros que aquilo que os levou às ruas foram as propostas que interessam ao PT na reforma política. E a calamidade da saúde pública, a falência da mobilidade urbana, o aumento da criminalidade?
Mais uma vez, o governo mostra que não entendeu absolutamente nada que a população brasileira quis dizer”, afirmou. E acrescentou: “O que a presidente busca fazer é convidar o Congresso para um passeio de primeira classe numa cabine do Titanic”.
Provável adversário de Dilma pelas oposições em 2014, o senador tucano argumenta que os temas listados pela presidente na mensagem, como a discussão sobre o financiamento público e o fim voto secreto, “não respondem às demandas da população brasileira”.
O governo federal, segundo o presidente do PSDB, não quis conversar com a oposição e nem há mais sentido em ter essas conversas. “Nós apresentamos ao Brasil uma agenda positiva. A presidente não gosta do diálogo, prefere o monólogo. Para isso, fez uma reunião com governadores e prefeitos, constrangendo-os todos, apenas ela falou”, disse. Aécio destacou que a “agenda que interessa ao Brasil mais uma vez está sendo adiada pelo governo”.
‘Desrespeito’. O tucano lembrou que nas eleições presidenciais de 2010 a oposição somada venceu o primeiro turno e, no segundo, o então candidato do PSDB, José Serra, teve 44% dos votos. Por isso, classificou a apresentação do plebiscito como desrespeito “para com metade da população brasileira” que votou em outros candidatos. “É um gravíssimo equívoco do governo que parece que não entendeu absolutamente nada do que veio das ruas”, prosseguiu.
Na opinião do líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), o plebiscito proposto por Dilma não trará resultado prático para as eleições de2014, além de representar um gasto de quase meio bilhão de reais.
Caiado entende que “o plebiscito é um engodo”. “É um gasto a mais no bolso do brasileiro que não vai surtir nenhum efeito prático nem determinante para mudar as eleições de 2014. Ninguém é contra ouvir a população, mas a maneira como o plebiscito está sendo colocado é uma farsa”, concluiu Caiado.
Ele defendeu ainda que a população seja consultada com uma proposta abordando a sistematização da nova legislação eleitoral no País – e não com os pontos apresentados.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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