quarta-feira, 3 de julho de 2013

Papa: protestos 'não contradizem o Evangelho'

Na Jornada Mundial da Juventude, no Rio, discurso de pontífice fará alusão às manifestações em todo o Brasil

Durante a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio, o papa Francisco fará alusão às manifestações no Brasil. A notícia foi publicada ontem pelo jornal espanhol "El País". De acordo com a publicação, ao ser informado por religiosos brasileiros sobre os protestos no país, o pontífice reescreveu parte do discurso, onde afirma que as "demandas levantadas por maior justiça não contradizem o Evangelho".

Segundo o jornal, os bispos viajaram para contar ao papa o que vem acontecendo no Brasil. Eles preferiram ir ao encontro dele por conta da importância política e social das manifestações. O arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, foi o primeiro a encontrá-lo no Vaticano. Dom Orani é responsável pela organização da JMJ. Há duas semanas, dom Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, também esteve com o papa. O último a viajar, na semana passada, foi o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno.

O papa Francisco chega ao Rio no dia 22 deste mês. A Jornada Mundial da Juventude acontece entre os dias 23 e 28 de julho. Ele fica no Brasil até o término da jornada e deve se encontrar com a presidente Dilma Rousseff, com o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e com o prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ).

CNBB apoia manifestações

Em 21 de junho, a CNBB lançou um documento oficial, em que declara solidariedade e apoio às manifestações pacíficas, "que tomaram as ruas para pessoas de todas as idades, especialmente os jovens". A nota foi assinada pelo cardeal Raymundo Damasceno Assis (arcebispo de Aparecida e presidente da CNBB), por Dom José Belisário da Silva (arcebispo de São Luís e vice-presidente da CNBB) e Dom Leonardo Ulrich Steiner (bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB).

Segundo o documento, "este é um fenômeno que envolve o povo brasileiro e desperta para uma nova consciência". E ainda: "O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem" (...) "Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!".

Fonte: O Globo

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