Deputados dizem que prazo para debate é curto. TSE precisa de pelo menos 70 dias para organizar pleito.
Bancada do PMDB rejeita plebiscito
Horas depois de a presidente Dilma Rousseff encaminhar ao Congresso mensagem com itens do plebiscito para a reforma política (veja abaixo), a bancada do PMDB da Câmara fechou questão contra a proposta.
Em uma reunião em que nem assessores puderam participar, parte dos peemedebistas criticou a iniciativa de Dilma, considerada uma manobra para desviar a atenção dos protestos nas ruas. A presidente afirmou, na segunda-feira, que gostaria que as novas regras valessem para o pleito de 2014. Para isso, a reforma teria de ser concluída até 5 de outubro neste ano.
Em nota, a bancada se posicionou a favor de uma consulta, mas apenas em 2014. No pleito, eles defendem a inclusão de temas como reeleição, tempo de mandato, pacto federativo e sistema eleitoral.
– A população não quer ser enganada. Não há tempo hábil de se votar nenhuma medida a não ser que seja consenso para 2014. E dificilmente uma proposta que dependa de emenda à Constituição terá consenso – afirmou o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), após a reunião.
Sobre o clima de discussão no encontro, o peemedebista resumiu:
– Foram três horas de pancadaria.
Dentro da sala de uma das comissões da Casa, parlamentares do partido se revezaram nos microfones com ataques ao governo federal e análises “ácidas” sobre a condução política da presidente Dilma. Alguns chegaram até a propor uma reavaliação da aliança com o PT nas eleições de 2014, o que rendeu aplausos dos mais exaltados. Além das palmas, não faltaram discursos em tom de chacota.
Do lado de fora, o deputado Newton Cardoso (MG) verbalizou o descontentamento de alguns:
– A aliança está em xeque.
Líder socialista questiona iniciativa
No encontro também ficou decidido que os peemedebistas passarão a adotar um discurso pela redução do número de ministérios. Ao ser questionado se o partido estaria disposto a oferecer seus ministros para o sacrifício dos cortes, o vice-líder do PMDB, Danilo Forte (CE), disse:
– Se quiserem levar os cinco do PMDB, podem levar porque eles não valem um.
Por trás do discurso de cortes, está a tentativa dos parlamentares de devolver a “batata quente” ao Planalto, mudando o foco sobre o debate para o tamanho da máquina.
O PSB, comandado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato à Presidência, também se posicionou contrário à consulta. O partido é outro aliado do governo.
– É quase impossível fazer uma consulta com perguntas claras para mudanças passarem a valer já nas próximas eleições – disse o líder da sigla no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF). No dia em que a mensagem do Planalto pedindo um plebiscito sobre a reforma política chegou ao Congresso, o PMDB na Câmara anunciou ser contra a consulta neste ano.
Fonte: Zero Hora (RS
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