A tensão na novíssima aliança Eduardo Campos-Marina Silva agora é pública, cheia de disse não disse, mas a ansiedade nas searas opostas de tucanos e petistas também existe, só que nos bastidores --ou melhor, nos corredores do Congresso Nacional.
No quadro de hoje, Campos tem um partido, e Marina, os votos; Aécio tem a pré-candidatura, mas Serra, o "recall" de 2010; Dilma está em campanha aberta, mas Lula é o único, entre todos os candidatos, capaz de vencer no primeiro turno.
E se, em março de 2014, a sete meses da eleição, a economia não ajudar, as manifestações voltarem, a base aliada desandar, Dilma Rousseff empacar nas pesquisas e um(a) adversário(a) disparar?
É improvável que o PT assista a isso de braços cruzados, sem acionar o sempre latente "volta Lula". E é muito mais improvável ainda que Lula corra o risco de derrota só para não melindrar a afilhada e sucessora.
E se Campos tiver toda a campanha estruturada, aliados garantidos e apoios no empresariado, mas não decolar e continuar patinando com um dígito nas pesquisas?
É difícil imaginar que o PSB insista no nome do governador tendo ali à mão o da ex-senadora, que arrebanhou quase 20 milhões de votos em 2010. E é muito mais difícil ainda que Marina e a Rede, ou o núcleo da futura Rede, não forcem a barra para trocar a cabeça da chapa.
E se Aécio estiver forte no PSDB, mas débil no eleitorado?
É preciso um enorme esforço de imaginação para pensar nos tucanos e seus aliados unidos para mais uma derrota sem espernear. E mais imaginação ainda para visualizar Serra desistindo de lutar pela vaga.
Assim, em 2014, os institutos vão multiplicar simulações, com os analistas tateando e os atuais candidatos com medo até da sombra. Até porque todas essas sombras são bem reais.
PS - Fundo branco, mesa preta, Marina vestida de freira. Aquilo ontem era entrevista ou velório?
Fonte: Folha de S. Paulo
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