sexta-feira, 11 de outubro de 2013

'Só Lula faria frente a Marina como vice', diz analista

Marcelo Galli

Com a aliança entre a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, somente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia fazer frente a este acordo como vice de Dilma Rousseff nas eleições de 2014. Esta é a avaliação do especialista em pesquisas eleitorais e marketing político Sidney Kuntz, para quem, hoje no Brasil, somente um nome de peso como o de Lula poderia se contrapor ao impacto causado por essa notícia. "Acredito que Lula não é 100% descartado para quem pensa a campanha do PT, só ele faz contraponto hoje a Marina. Lula pode ser viável como vice", disse, acrescentando que "não há melhor vice do que Marina".

Na avaliação dele, a ex-senadora, que entrou para o PSB de Eduardo Campos no último sábado, 05, defende o que os protestos de junho pediam, como moralidade, fim da corrupção e mais transparência. Além disso, ela passa simpatia e tem baixa rejeição. "Ela não pode ser atacada pelos seus adversários, quem atacá-la pode sofrer rejeição depois, além de passar a imagem de vítima por não ter conseguido ter criado a Rede", disse. O especialista avalia também que Marina pode ser vista pelo seu eleitorado como "fiscal" do candidato Campos em uma provável candidatura. "Campos e Marina podem fazer ainda campanha divididos, cada um perto do seu público", acrescentou o especialista, dizendo que eles se completam porque o governador abrange o Norte e Nordeste e a ex-senadora tem um público mais cativo no Sul e Sudeste do País.

Para Kuntz, com esta aliança, o PSDB corre o risco de não passar para o segundo turno no pleito presidencial do próximo ano, pela primeira vez desde 1994. Para o especialista, se a disputa do segundo turno for entre Dilma e Campos-Marina, os tucanos poderão apoiar os pessebistas. "A eleição do próximo ano parecia tranquila. Agora, Marina passa a ser uma ''pedra no sapato'' para tucanos e petistas", disse, lembrando que ela e a Rede, caso conseguissem criar a legenda, não teriam o tempo de televisão e rádio que têm hoje com o PSB.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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