• Programa de 10 minutos do maior partido aliado do governo irá ao ar nesta quinta à noite; comercial alfineta o PT
• O vice, Michel Temer, dirá que o ajuste fiscal fortalecerá a economia e que serão sustentados os programas sociais
Andréia Sadi - Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Em meio à crise de relacionamento com o Planalto, o PMDB, principal partido aliado de Dilma Rousseff, levará à TV nesta quinta (26) à noite um programa descolado do PT e que ignora a presidente.
Na abertura da propaganda de 10 minutos, o programa alfineta indiretamente o PT ao dizer que não são as "estrelas" que guiarão o partido e o país, mas serão as escolhas que apontarão caminhos. A estrela é o símbolo do PT.
Para o marqueteiro Elsinho Mouco, que assina a peça, a frase "é mais poética do que política": "A intenção é reforçar que nada na vida cai do céu e que são as escolhas que nos levam a ser o que somos".
Em sua primeira aparição na peça, o vice-presidente, Michel Temer, defenderá uma agenda positiva para o Brasil. Diz que a apuração de irregularidades não pode paralisar a vida produtiva do país.
Ele reforçará apoio à reforma política e à liberdade "plena de informação". O PT defende um projeto de regulamentação da mídia.
Temer dirá que o ajuste fiscal fortalecerá a economia e que serão sustentados os programas sociais, sem citar os governos Lula ou Dilma.
O comercial trará depoimentos dos seis ministros do PMDB que ocupam pastas no governo Dilma, mas sem referência à presidente: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Edinho Araújo (Portos), Helder Barbalho (Pesca), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Vinicius Lages (Turismo).
O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), afirmará que seu cargo exige humildade e perseverança para fazer as mudanças que o país requer. E que colocará em pauta temas de interesse da sociedade e que tragam "benefícios para os brasileiros".
Já Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara, citará a reforma política e dirá que mostrará que "os escolhidos" para representar a sociedade "são capazes de cuidar dela".
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), dirá que o "mar de crises que invade o noticiário" mostra ser urgente mudar a forma de fazer política no Brasil.
Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo.
Nos bastidores, petistas se queixaram dos comerciais curtos do PMDB na TV exibidos nos últimas dias, peças que já ignoravam Dilma.
"Não ter a presença da presidente Dilma, nem citação ao Partido dos Trabalhadores, é absolutamente natural. O programa é peemedebista, não governista", diz Mouco.
Nesta quarta, o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) afirmou que o governo tem de fazer um "mea-culpa" sobre a maneira como trata o PMDB, e que os resultados positivos das gestões Lula e Dilma devem ser atribuídos não só ao PT, mas a toda base aliada.
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