• Em resposta a novas regras de acesso a benefícios, Miguel Torres, da Força Sindical, diz que há atos previstos para o próximo mês nas capitais
Bernardo Caram - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse nesta quarta-feira, 25, que as centrais sindicais planejam uma paralisação nacional de trabalhadores contra as Medidas Provisórias que trazem mudanças em regras trabalhistas e previdenciárias. A greve, que seria organizada principalmente nas capitais, está prevista para 23 de março, cerca de uma semana antes do fim do prazo para votação das medidas no Congresso.
Torres, que participou de café da manhã com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que não está em Brasília disposto a fazer negociação com o governo sobre as MPs, já que, segundo ele, o diálogo foi aberto somente após a apresentação dos textos finalizados. À tarde, os sindicalistas serão recebidos pelos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, da Previdência Social, Carlos Gabas, e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto.
De acordo com Torres, uma primeira manifestação nacional está marcada para 2 de março, dia em que começam a valer as restrições de acesso ao seguro-desemprego. Segundo ele, se as medidas não forem revogadas, a paralisação será levada à frente.
Do café da manhã com Cunha, participaram, além da Força Sindical, representantes da CUT, UGT, CGTB e Nova Central Sindical de Trabalhadores. O presidente da Câmara ressaltou que as medidas são importantes para o País e disse que as comissões mistas que vão analisar os textos serão instaladas na próxima semana.
O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), criticou a demora para o início das discussões no Congresso. "Há uma completa desarticulação da base governista, o que vai tornar ainda mais difícil a aprovação dessas medidas", disse. No dia 19 de março, as MPs 664 e 665 passam a trancar a pauta do Congresso.
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