O Estado de S. Paulo
Vote não por realizações de governo. Por forra instantânea
A campanha de Pablo Marçal tem fundamento na
ideia de punição. É explícito. Declarado mesmo. Algo de intensidade sem
precedente no Brasil.
Vote – não para eleger – para punir. Não por
realizações estruturais de governo. Por forra instantânea. Um discurso
construído sobre a projeção-promessa, para efeito em curtíssimo prazo, do
castigo.
Do castigo – eis a bênção prometida – ao que
representariam os adversários, atores num velho teatro entre farsantes.
Vote e puna. Vote para punir. Vote punindo.
Eleja a punição.
Não há discurso – incluídos debates e entrevistas – em que Marçal não peça voto como instrumento para punir. Para humilhar. É o compromisso do candidato. Vote e, ao contabilizar da urna eletrônica, seja patrono do achincalhe geral. Danem-se os quatro anos contratados, se condenada a corriola já.
Ele veio para desmascarar o bando. O
município, a qualidade de vida do cidadão, será detalhe. Marçal concorre em São
Paulo por ser a cidade, entre as opções ora disponíveis, a maior superfície em
que punir. Plano de governo a ser executado – liquidado – com a vitória.
Vote e sinta satisfação imediata: a
derrota-esculhambação do sistema. É a proposta, cumprida – entregue – antes de
iniciado o mandato. Dane-se o mandato.
Parcela considerável do eleitorado –
descrente na mediação da elite política – não lhe cobra nem cobrará cardápio
sobre o que fazer com a gestão municipal, se justiçado for o esquema
Nunes-Boulos.
Muitos entre os que lhe votarão têm nada a
perder, despedaçados pelo fim da classe média. Ressentidos de repente
apaziguados sob a percepção de que a existência não ficará pior. Não pode
piorar. E terão algum prazer.
Ele veio para penalizar. Imediatamente. Gozo
rápido. Colaborativo. Veio para servir de agente – de corpo – à penalização do
establishment. Quem pune é o eleitor. Um convite que oferta sentido e seduz.
Há pretensão divina nessa abordagem-sedução.
Marçal tem uma missão e se sacrifica – abre mão de negócios e dinheiros – pela
causa de penitenciar o vício da política partidária. É o que vende.
Lideranças de seu partido – investiga-se –
têm parte com o PCC? Dane-se – puna-se – o partido. Despreza o partido.
Despreza partido. Mera obrigação formal para concorrer. Desenvolvimento radical
da pregação influente contra o estamento político-partidário que, não faz
muito, baseou a ascensão de Jair Bolsonaro, hoje homem de Valdemar.
Desenvolvimento radical porque livre para ser sem-vergonha, Marçal não tendo a limitação do ex-presidente – sujeito que assentara frondosa empresa familiar nas banhas do estado – para se sustentar como desafiante marginal.
3 comentários:
Por mais que você queira pintar um Marçal com um grande problema, uma ameaça , Ele é um empresário de sucesso , um homem de bem Pai de família , religioso praticante e sabe lidar com empreendedorismo e administração , diferente do candidato que você provavelmente tem simpatia, o Guilherme Boulos , candidato da extrema esquerda do PSOL , que passou toda sua vida pública Estimulando invasões de propriedades privadas , se aproveitando do lpovo mais pobre e desesperado
Não tem nada a trazer de bom para São Paulo Uma cidade complexa Pujante e que tem uma população periférica pobre de quase 1/3 do total o PT e a esquerda mostrou em todos os lugares que administrou a sua incompetência e inaptidão para administrar o bem público
Evidente o caráter de quem acha Marçal "homem de bem". Gente que sonha em ser "homem de bens", não importa como - só falta colhão para empunhar uma arma e empreender num 157 (artigo do roubo).
Homem de bens é Jair Bolsonaro - dezenas de imóveis da família comprados com dinheiro vivo, joias públicas vendidas por seus assessores em dinheiro vivo...
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