sábado, 24 de abril de 2010

A crítica em questão :: Prosa & Verso



Qual o valor e o lugar da crítica literária hoje? Espremida em meio à celebração geral de festivais, prêmios e campanhas publicitárias, ela se conforma ao papel de guia de consumo e, numa manifestação conservadora, prega o retorno à estabilidade e pureza das belas letras. A opinião é da crítica literária Flora Süssekind, professora de teoria do teatro da UNI-Rio e pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa, autora do ensaio "A crítica como papel de bala", capa do Prosa deste sábado. Flora constrói sua análise a partir de obituários sobre o prolífico crítico Wilson Martins, que morreu em janeiro, marcados por um "certo proselitismo agressivamente conservador". E aponta "o apequenamento e a perda de conteúdo significativo da discussão crítica, assim como da dimensão social da literatura no país nas últimas décadas". Um texto profundo e corajoso, que convida a pensar.

A edição traz ainda resenhas dos livros "Léxico familiar", de Natalia Ginzburg (Cosac Naify), por Manoela Sawitzki e "Poeira: demônios e maldições", de Nelson de Oliveira (Língua Geral), por Antonio Marcos Pereira. Em sua coluna, José Castello comenta "O dia da coruja", do italiano Leonardo Sciascia (Alfaguara).

Na última página do caderno, um convite aos leitores: na próxima terça-feira, dia 27, às 19h30m, na Travessa do Shopping Leblon, acontece mais uma edição do projeto Prosa nas Livrarias e desta vez o tema será "Alice no País das Maravilhas", obra-prima de Lewis Carroll. Desde que o diretor Tim Burton anunciou sua versão para a história - que chegou finalmente aos cinemas do Rio nesta sexta - o mercado editorial vive uma febre de Alice, com a chegada de caprichadíssimas edições do clássico. Para falar sobre o encantamento que o personagem e o livro ainda provocam, estarão na mesa a escritora Ana Maria Machado, apaixonada por Alice e autora de uma tradução da obra para a editora Ática; o artista plástico Luiz Zerbini, responsável pelas belas ilustrações que integram a edição da Cosac Naify, lançada em dezembro; Isabel Lopes Coelho, editora da área infantojuvenil da Cosac; e Mariana Zahar, da Editora Zahar, que acaba de lançar sua segunda versão da obra, agora em formato de bolso, com as ilustrações originais de John Tenniel.

A entrada é franca.

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