Contrariando promessa
de campanha, prefeito reeleito estuda alterações no imposto
Uma delas é rever a
planta de valores: "Não é sanha arrecadatória. É questão de justiça
fiscal, porque o sistema não está organizado"
Embora tenha afirmado
durante a campanha que não mexeria no IPTU "de jeito nenhum", o
prefeito Eduardo Paes já estuda mudanças na cobrança do tributo. Segundo ele,
um dos problemas é a defasagem dos valores do metro quadrado cobrado em cada
rua. Paes analisa também o IPTU progressivo e disse que não é justa a manutenção
do desconto para imóveis vizinhos a favelas pacificadas. Ao assinar as 78
promessas de campanha publicadas pelo GLOBO, o prefeito fez várias ressalvas.
E anunciou mais uma vez que vai romper o contrato com a Embrapark, para acabar
com os flanelinhas.
Reeleito, prefeito
admite mudanças no IPTU
Favelas vão ganhar Unidade de Ordem Pública; primeira delas será no Borel
Adriana Oliveira, Isabela Bastos, Luiz Ernesto Magalhães, Rolland Gianotti e
Selma Schmidt
PROMESSAS
Em 2008, me debrucei ao longo do governo nas promessas para o atual mandato.
Houve fragilidades. Umas foram piores para mim; outras benéficas. Não estava
muito claro como estavam as promessas. Agora, em 2012, a gente colocou aqui
todas as promessas para a futura administração que vocês colocaram no jornal, e
fizemos adaptações. Deixamos claro o que é cada uma. Acho muito legal esse
negócio das promessas.
URBANISMO
Ajustei a promessa. Não prometi não aumentar gabarito e não alterar
parâmetros da cidade. Eu me referia aos imóveis em APACs e mantenho essa
promessa. Não tenho como fazer outra operação do Porto se não aumentar
gabarito. Quero usar essas operações que o Estatuto das Cidades me permite
fazer. Estou estudando outra operação consorciada para a Cidade Nova. A PPP
(parceria público-privada) incluiria a recuperação do Bairro Operário.
IPTU
Não quero assinar isso (manter o sistema atual de cobrança de IPTU sem
qualquer revisão da planta de valores). Não estou dizendo que eu vá fazer. O
que existe é uma série de estudos da Secretaria de Fazenda. A planta que está
aí é da época do ex-prefeito Luiz Paulo Conde. Este ano não vou fazer. Nem sei
se vou fazer de 2013 para 2014, de 2014 para 2015 ou de 2015 para 2016. O que
digo é que existem distorções na planta de valores e que a gente precisa olhar
isso com atenção.
Ainda não sei (qual seria o eventual potencial de aumento). O que digo é que
o IPTU está com problemas. E não é só na planta de valores. O que admito é
olhar a questão do IPTU, o que não resultará necessariamente em aumento. Você
tem dois terços da cidade que não pagam imposto. É justo? Não estou dizendo que
vou botar um "IPTUzão" para essas pessoas pagarem. Também a realidade
do Rio mudou. No passado, foi criado um redutor para as áreas violentas,
próximas às favelas, que, agora, estão pacificadas. A pessoa, hoje, que mora no
pé do Pavão- Pavãozinho tem esse redutor. Não é sanha arrecadatória. É questão
de justiça fiscal, porque o sistema não está organizado. Há muitos instrumentos
no Estatuto das Cidades e no Plano Diretor que a gente não usa, como o IPTU
progressivo. Estamos estudando.
Fonte:
O Globo
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